Crescimento da América Latina cairá para 3% neste ano, diz Banco Mundial
Segundo Augusto de la Torre, economista-chefe do BM para a região, o Brasil e a Argentina puxarão a média da região para baixo.
O crescimento na América Latina desacelerará este ano e deve fechar 2012 em 3%, embora o desemprego na região ainda continue baixo, a taxa de 6,5%, segundo relatório do Banco Mundial divulgado nesta quarta-feira. Em 2011, a economia da região subiu 4% e, em 2010, 6%.
Para ele, a desaceleração é “muito similar” a que ocorreu no restante das regiões emergentes desde 2010, que também ficou na casa de 3%. Segundo Augusto de la Torre, economista-chefe do BM para a região, o Brasil e a Argentina puxarão a média da região para baixo.
No outro extremo da balança estão países como o México, “que se recupera com força” e que conseguiu tornar suas emissões de bônus atrativas no contexto internacional, “superando inclusive os bônus europeus”, disse De la Torre.
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Outros países com crescimento acima da média são Uruguai, Bolívia e Chile, que avançarão em um ritmo de cerca de 4%. Os países com maiores índices de crescimento serão o Peru, com previsão de 6%, e o Panamá, com 8% ou talvez mais, segundo as projeções do BM. Estes países “registram taxas de crescimento quase asiáticas”, disse De la Torre.
O organismo prevê que a região cresça num ritmo de 4% em 2013. Uma tendência apontada pelo relatório é a queda na desigualdade de renda das famílias na América Latina, ao contrário do que ocorre na Europa, EUA, China e no resto do mundo.
De la Torre explicou o fenômeno principalmente pela queda na desigualdade dos salários e pelos baixos índices de inflação. O economista destacou ainda como “uma mudança extremamente importante” o aumento na educação dos trabalhadores latino-americanos, que têm em média três anos a mais de escolaridade do que nos anos 90.
Na terça-feira, a Comissão Econômica para América Latina e Caribe das Nações Unidas (Cepal) divulgou relatório que traz o Brasil com o segundo pior PIB América Latina neste ano, perdendo apenas para a economia do Paraguai, que deve sofrer contração de 2%. Para o Brasil é esperado um avanço de 1,6%.
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(Com Agência EFE)