CPI convoca presidente da Petrobras
Sessão da comissão em que Aldemir Bendine será ouvido ainda não foi agendada; ele deve responder questionamentos sobre a situação atual da companhia
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras aprovou nesta quinta-feira a convocação do presidente da estatal, Aldemir Bendine, para prestar esclarecimentos sobre a situação atual da petroleira. Por se tratar de uma convocação, ele é obrigado a comparecer à sessão, que ainda não tem data marcada.
Ao justificar o pedido, os parlamentares afirmaram que a convocação é necessária para que Bendine “esclareça o estado em que se encontra atualmente a empresa, informe as providências que tomou no sentido de corrigir problemas de gestão com repercussão econômico-financeira e informe o planejamento elaborado para o seu futuro”.
O requerimento foi assinado por cinco parlamentares tanto da base governista como da oposição – Luiz Sérgio (PT-RJ), Antonio Imbassahy (PSDB-BA), João Carlos Bacelar (PR-BA), Celso Pansera (PMDB-RJ) e Fernando Monteiro (PP-PE). Um dos contrários à convocação foi o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), que viu o pedido como uma iniciativa para encerrar os trabalhos da CPI.
“O senhor Bendine virá aqui e vai apresentar coisas maravilhosas de sua administração. Ele vem aqui para fazer conversa mole, conversa fiada. Não concordo em convocar o Bendine como um aparente fecho de algo que não pode ser fechado”, criticou o deputado.
Integrantes da CPI ainda não chegaram a um consenso sobre a continuidade dos trabalhos da comissão. A previsão era que as diligências se encerrassem no dia 23 de outubro, mas Lorenzoni já disse que entregará hoje à Mesa da Câmara um documento pedindo a prorrogação por mais 120 dias da CPI. “Vou pedir para que seja [votação] nominal, porque o Brasil tem que saber quem quer prosseguir e quem quer sepultar as investigações”, disse o deputado.
O deputado Ivan Valente (Psol-SP) também criticou a CPI, cobrando a convocação de políticos envolvidos nas investigações, entre eles o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), citado por delatores da Operação Lava Jato. “Temos que investigar globalmente. Temos que ser práticos e oferecer algo para a sociedade, mas só não convocamos aqui os políticos. Como vamos oferecer alguma coisa se não ouvimos o principal?”, afirmou Valente.
Nesta quarta-feira, a CPI está ouvindo três delegados da Polícia Federal – Maurício Moscard Grillo, Rosalvo Ferreira Franco e José Washington Luiz Santos – que atuaram nas apurações sobre os grampos ilegais encontrados na cela do doleiro Alberto Youssef e outro no fumódromo utilizado por agentes e delegados da Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba. Grillo explicou que o grampo não estava em uso e havia sido instalado desde a época em que cela era ocupada pelo traficante Fernandinho Beira-mar.
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(Com agências Brasil e Câmara)