Coutinho: juro muda perspectiva do mercado de capitais
Segundo o presidente do BNDES, medidas atuais criam melhor ambiente para investimentos em infraestrutura
O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, afirmou nesta quinta-feira que mudaram as perspectivas para o mercado de capitais no Brasil com a redução do patamar de juros básicos da economia, que caiu de 12,50% para 7,50% ao ano desde agosto de 2011. Ele disse ainda que outro fator que estimula o setor, embora indiretamente, é os segmentos industriais no país contarem agora com a “taxa de câmbio num patamar razoavelmente competitivo.”
Coutinho, porém, não citou um nível nominal da cotação do real ante o dólar. “Abriu-se espaço para investimentos em infraestrutura no país. Temos regime macroeconômico mais favorável ao investimento produtivo”, comentou, ao participar do Fórum “Brasil Competitivo: Os nós da infraestrutura”, promovido nesta quinta-feira pelo Grupo Estado. “Precisamos trabalhar um modelo indutor de investimentos crescentes em logística”, apontou.
Ele disse ainda que o governo da presidente Dilma Rousseff vem adotando “medidas estruturantes” que dão condições mais favoráveis para a expansão da economia no longo prazo, com melhor qualidade de vida para a população e eficiência ao setor produtivo. “Entre essas ações merece destaque a desoneração da folha de pagamento de empresas e o programa nacional de banda larga, que vai ser positivo não só para o sistema de educação, mas também para as pequenas e médias empresas”, comentou. “A queda do preço da energia elétrica é uma iniciativa importante para avançar a estrutura do País”, complementou.
O grande desafio nacional, segundo ele, é “avançar na estrutura tributária do Brasil”. Sem entrar em detalhes sobre a questão, o presidente do BNDES tem ressaltado que o peso dos tributos traz dificuldades para os empresários ampliarem a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF). Embora a questão tributária onere as companhias, Coutinho ressaltou que o Brasil pode viabilizar o incremento da implementação de projetos de logística no País. “O crescimento em infraestrutura precisa ser acelerado no Brasil”, destacou.
O presidente do BNDES ressaltou ainda que as parcerias público privadas (PPP) são um mecanismo muito oportuno para alavancar os investimentos em infraestrutura no Brasil. Para muitos especialistas, o governo da presidente Dilma Rousseff adotou uma nova postura a partir de 15 de agosto, mais flexível sobre a atuação de companhias privadas em projetos de longo prazo, ao anunciar um programa de concessões públicas de rodovias e ferrovias. “Temos que reforçar e melhorar as PPPs e também ter uma agenda para a melhoria dos fundos garantidores”, destacou Coutinho.
(Com Agência Estado)