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BC projeta inflação ainda mais distante da meta em 2014

Ata da reunião em que Copom elevou taxa de juros fala sobre necessidade de políticas monetárias para neutralizar risco de alta dos preços no ano que vem

Por Da Redação
25 abr 2013, 09h55

Depois de ter perdido a chance de controlar a inflação em 2013, o Banco Central está alerta para o risco de alta dos preços no ano que vem. É o que indica a ata da reunião em que os membros do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC decidiram elevar a taxa básica de juros a 7,5% ao ano, na semana passada. O documento, divulgado nesta quinta-feira, mostra que a decisão de elevar a taxa Selic em 0,25 ponto porcentual tem como objetivo neutralizar os riscos de alta da inflação, principalmente em 2014. Segundo as projeções do Copom, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) pode se distanciar ainda mais da meta no ano que vem.

Mesmo considerando o cenário de referência, que leva em conta dólar a 2 reais e taxa Selic a 7,25% ao ano, o BC admite que, para 2014, “a projeção de inflação aumentou em relação ao valor considerado na reunião do Copom de março e se encontra acima do valor central da meta”. A ata mostra que a mediana das projeções coletadas pelo Departamento de Relacionamento com Investidores e Estudos Especiais (Gerin) no cenário de mercado passou de 5,50% para 5,70% em 2014, enquanto que, em 2013, desacelerou para 5,68% ante 5,7% em março.

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O Copom também avalia que “o nível elevado da inflação e a dispersão de aumentos de preços, entre outros fatores, contribuem para que a inflação mostre resistência e ensejam uma resposta da política monetária”. Diante disso e da perspectiva de um cenário externo nebuloso, o BC ainda pondera que é necessário cautela. “O Comitê pondera que incertezas internas e, principalmente, externas cercam o cenário prospectivo para a inflação e recomendam que a política monetária seja administrada com cautela”.

O tom do discurso deve levar os economistas a apostarem em continuidade da alta da Selic, mas em ritmo menor. Eles já haviam revisado sua previsão para a taxa básica de juros após a decisão do Copom. O relatório Focus de segunda-feira mostrou que os analistas consultados pelo BC esperam agora que o ano termine com a Selic em 8,25% e não mais 8,5% como estavam prevendo até então. Ainda assim, em sua ata, o Copom prevê uma melhora no crescimento econômico do país tanto em 2013 quanto em 2014.

O BC também admitiu que, a despeito do poder que têm as políticas macroeconômicas de mudar a trajetória dos preços, é a política monetária que deve ficar “vigilante” para “garantir que pressões detectadas em horizontes mais curtos não se propaguem para horizontes mais longos”.

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A decisão de elevar em 0,25 ponto porcental (p.p.) os juros básicos na semana passada contou com os votos de seis diretores, de acordo com a ata. A Selic, então, passou para 7,5%. Dois membros do BC queriam a manutenção dos juros básicos. Votaram pela elevação da taxa Selic: Alexandre Antonio Tombini (presidente do BC e do Copom), Altamir Lopes, Anthero de Moraes Meirelles, Carlos Hamilton Vasconcelos Araújo, Luiz Edson Feltrim e Sidnei Corrêa Marques. Votaram pela manutenção da taxa Selic em 7,25% a.a.: Aldo Luiz Mendes e Luiz Awazu Pereira da Silva.

Cenário – Em sua ata, o Copom manteve as projeções já apresentadas em março para o comportamento de preços de todos os itens monitorados ou administrados pelo governo e que constam do documento. A projeção de reajuste no preço da gasolina para 2013, por exemplo, foi mantida em 5%. Para a tarifa residencial de eletricidade, a expectativa é de um recuo de aproximadamente 15% este ano já levando em conta reajustes e revisões de preços assim como reduções de encargos setoriais anunciadas pelo governo.

O BC ponderou que, apesar de limitações da oferta, o ritmo da atividade doméstica se intensificou no primeiro trimestre e destacou que informações recentes apontam para a retomada do investimento e para uma trajetória de crescimento, “no horizonte relevante”, mais alinhada com o crescimento potencial.

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Na avaliação do Comitê, a demanda doméstica continuará a ser impulsionada pelos efeitos defasados de ações de política monetária implementadas recentemente. Também auxiliará nesse processo a expansão moderada da oferta de crédito, tanto para pessoas físicas quanto para pessoas jurídicas.

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