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Copom reconhece que alta dos juros vai minar crescimento, mas foca em inflação

Na última reunião, o Comitê elevou para 12,75% os juro básico do país, o maior patamar desde janeiro de 2009

Por Da Redação
12 mar 2015, 09h11

O Comitê de Política Monetária (Copom) reconheceu na ata de sua última reunião que os juros altos vão prejudicar o desempenho já tímido da economia brasileira. Contudo, com a aceleração dos preços no país, o Comitê entendeu que seu dever, neste momento, deve ser perseguir a meta de inflação, cujo centro é 4,5%, visando o longo prazo.

“As taxas de inflação elevadas geram distorções que levam a aumentos dos riscos e deprimem os investimentos. Essas distorções se manifestam, por exemplo, no encurtamento dos horizontes de planejamento das famílias, empresas e governos, bem como na deterioração da confiança de empresários”, disse na ata divulgada nesta quinta-feira. “Por conseguinte, taxas de inflação elevadas reduzem o potencial de crescimento da economia, bem como de geração de empregos e de renda”, completou.

Mas, no parágrafo seguinte, o Comitê discorre sobre a necessidade de mostrar foco no controle da inflação no curto prazo, para ajudar na melhora das expectativas dos agentes econômicos e, em particular, dos formadores de preços.

“O Copom avalia que a política monetária deve contribuir para a consolidação de um ambiente macroeconômico favorável em horizontes mais longos. Nesse sentido, reitera que, no regime de metas para a inflação, orienta suas decisões de acordo com os valores projetados para a inflação pelo Banco Central e com base na análise de cenários alternativos para a evolução das principais variáveis que determinam a dinâmica dos preços.”

O órgão do BC diz ainda que, desde sua última reunião, a mediana das projeções coletadas pelo Departamento de Relacionamento com Investidores e Estudos Especiais (Gerin) para a variação do índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2015 passou de 6,72% para 7,47% e, para 2016, de 5,60% para 5,50%.

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A meta para o IPCA é centrada em 4,5%, mas permite um teto de 6,5%. Os dados do IPCA de fevereiro divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostraram que o centro da meta está bem longe de ser alcançado: o índice subiu para 7,70% em 12 meses até fevereiro.

Pensando nisso tudo, na quarta-feira passada, o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou mais uma vez os juros básicos (taxa Selic) em 0,5 ponto porcentual, para 12,75% ao ano.

Juros em alta – Na ata, o BC, além de destacar que a inflação tende a permanecer elevada em 2015, também retirou do texto a avaliação de que os preços entrariam em “longo período de declínio” ainda este ano. Com isso, sugeriu que deve continuar subindo as taxas de juros, uma vez que os resultados que conseguiu nos últimos meses no combate à inflação ‘não’ são ‘suficientes’.

Todos os membros do Comitê votaram na elevação: Alexandre Antonio Tombini (Presidente), Aldo Luiz Mendes, Altamir Lopes, Anthero de oraes Meirelles, Luiz Awazu Pereira da Silva, Luiz Edson Feltrim e Sidnei Corrêa Marques.

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O mercado ainda vê um pequeno espaço para alta dos juros esse ano. O relatório semanal Focus, que traz a mediana de estimativas de dezenas de economistas ouvidos pelo BC, projeta a Selic a 13% no fim deste ano. Só em 2016 o BC teria condições de reduzir os juros novamente, para 11,50% ao fim do ano, estimam analistas.

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Eles estão pessimistas com a inflação. A estimativa para a alta do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu pela 10ª semana consecutiva, passando de 7,47% para 7,77%. Para 2016, os preços devem arrefecer e hoje é esperada elevação de 5,51% ao fim do ano que vem.

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