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Copom vê inflação resistente nos próximos trimestres

Segundo relatório, preços ainda reagirão a elevações da Selic, diminuição do consumo e deflação no campo

Por Da Redação
24 jul 2014, 09h26

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central afirmou na ata de sua última reunião, na qual foi mantida a taxa Selic em 11% ao ano, que a inflação alta vai se manter resistente nos próximos trimestres, mas mostrou esperança na queda dos preços no futuro (não determinou um prazo), quando deverá ter impacto na economia o menor consumo das famílias e a redução de preços agrícolas. As conclusões dos técnicos da instituição foi divulgada nesta quinta-feira.

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Na ata, o colegiado chega a citar a possibilidade de diminuição da taxa de juros, o que ajudaria na atividade econômica. “Se mantidas as condições monetárias – isto é, levando em conta estratégia que não contempla redução do instrumento de política monetária (queda de juros) – (a inflação) tende a entrar em trajetória de convergência para a meta nos trimestres finais do horizonte de projeção”.

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Apesar de acreditar no arrefecimento da inflação no ano, o Copom, mais uma vez, diz continuar “vigilante” com as condições econômicas que o Brasil e o mundo está passando, de modo a “minimizar riscos de que níveis elevados de inflação, como o observado nos últimos doze meses, persistam no horizonte relevante para a política monetária”.

Apesar de a atividade econômica ter dado sinais claros de perda de fôlego e o fato de a Selic poder piorar ainda mais esse cenário (encarecimento dos empréstimos e diminuição do consumo), a visão de corte da Selic perdeu força entre os economistas. O mercado acredita que o BC estaria mais preocupado com a pressão sobre os preços. Pesquisa Focus, do próprio BC, com economistas mostra que, na mediana das projeções, a perspectiva é de a Selic fechar este ano em 11% e, em 2015, a 12%.

Reunião – O Copom reiterou o fim do aperto monetário dos últimos 14 meses e manteve a taxa Selic em 11% ao ano. A decisão foi unânime, sem viés – ou seja, é válida até o próximo encontro, em 2 e 3 de setembro. Trata-se da segunda vez que o Comitê mantém o juro básico da economia em 11%. A Selic chegou a tal patamar na reunião de abril deste ano. A autoridade monetária iniciou a trajetória de subida em abril do ano passado, quando a taxa de juros passou de 7,25% (mínima histórica) para 7,5%. No governo de Dilma Rousseff, que assumiu a presidência com a Selic a 10,75%, a maior taxa, de 12,5%, foi vista em julho de 2011.

Em nota divulgada logo após a reunião, o Banco Central afirmou que “avaliando a evolução do cenário macroeconômico e as perspectivas para a inflação, o Copom decidiu, por unanimidade, neste momento, manter a taxa Selic em 11% ao ano”. Votaram por essa decisão o presidente do BC, Alexandre Tombini, e os diretores Aldo Luiz Mendes, Altamir Lopes, Anthero de Moraes Meirelles, Carlos Hamilton Vasconcelos Araújo, Luiz Awazu Pereira da Silva, Luiz Edson Feltrim e Sidnei Corrêa Marques.

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Ilan Goldfajn, economista-chefe de macroeconomia do Itaú, disse em relatório nesta semana que alguns analistas acreditam que o “cenário atual” a que o BC se refere – baixa confiança do consumidor, queda de investimentos e, consequentemente, desaceleração da atividade econômica – pode levar a autoridade monetária a cortar juros ainda este ano. “Contudo, nós não acreditamos que há muito espaço para juros baixos, dada a inflação acima do teto da meta, a expectativa de aumento dos preços administrados em 2014 e 2015 e a taxa de desemprego em mínimas históricas”, disse Goldfajn em relatório. O banco espera que a Selic termine este ano e o ano que vem a 11%.

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Em junho, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) avançou 0,40%, acumulando alta de 6,52% em 12 meses, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou recentemente. Com isso, o indicador de inflação estoura o teto da meta oficial do governo, de 6,5%. Inflação alta e baixo crescimento econômico têm abalado a confiança na economia e contribuído para quedas na popularidade da presidente Dilma Rousseff, que busca a reeleição em outubro.

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