Com investidores à espera de medidas econômicas, dólar e bolsa fecham em queda
Moeda americana recuou 1,46%, a 3,51 reais, e Bovespa caiu 0,82%, em sessão marcada por cautela
O dólar fechou em queda de 1,46%, a 3,51 reais, nesta sexta-feira, acompanhando o bom humor nos mercados externos. Na semana, a moeda acumulou queda de 0,15%, após subir nas duas anteriores. Operadores mantiveram ainda a postura de cautela que predominou durante a semana enquanto aguardam novas pistas sobre a estratégia econômica que será efetivamente adotada pela equipe do presidente interino Michel Temer.
A queda reflete um movimento de ajuste após dois dias de pressão relacionada à política monetária dos Estados Unidos. A ata da última reunião do Federal Reserve e declarações de autoridades do banco reviveram apostas em aumento de juros em junho, o que poderia atrair para os EUA recursos aplicados em outros mercados.
No Brasil, a ausência de intervenções do BC também abria espaço para algum alívio no câmbio. A autoridade monetária vem atuando por meio de leilões de swap cambial reverso, modalidade de compra futura de dólares, para tentar amortecer a queda da divisa.
A indicação de Pedro Parente para presidir a Petrobras foi bem recebida pelo mercado, mas alguns operadores ainda querem ver medidas concretas. “A primeira semana do governo em exercício termina sem qualquer medida sobre o que será feito para reverter o quadro degradante da economia brasileira”, disse o superintendente regional de câmbio da corretora SLW João Paulo de Gracia Corrêa.
Ainda nesta sexta-feira, ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, anunciará a meta de resultado primário para este ano. O anúncio é esperado para depois das 18h.
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Bovespa – No mercado de ações, o ambiente mais positivo no exterior não foi suficiente para segurar os ganhos registrados na manhã desta sexta-feira na Bovespa. O principal índice de bolsa brasileira, o Ibovespa, acabou fechando em queda de 0,82%, a 49.722 pontos. O giro financeiro foi de 5,29 bilhões de reais. Na semana, o índice perdeu 4%.
O apetite por ativos mais arriscados retornava gradualmente às principais bolsas no exterior, após recentes mensagens do Federal Reserve que indicam uma alta dos juros antes do que vinha sendo previsto.
De acordo com participantes do mercado, investidores adotaram postura mais cautelosa por ainda estarem à espera de medidas mais concretas do governo Temer. Na próxima semana, o governo fará um esforço para aprovar no Congresso Nacional a mudança da meta fiscal para um rombo superior a 100 bilhões de reais.
(Com Reuters)