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Com Brexit, economia britânica mergulha no desconhecido

Os impactos da saída do Reino Unido da UE ainda são uma incógnita, mas aumento do desemprego e dos custos de exportação já é tido como certo

Por Da Redação
24 jun 2016, 22h18

A saída do Reino Unido da União Europeia significa um mergulho no desconhecido para sua economia. Os especialistas estão divididos sobre os riscos, mas concordam que haverá consequências negativas. O aumento do desemprego e dos custos de exportação e mão de obra de setores dinâmicos, como a construção civil, é tido como certo.

Por enquanto, é só uma tempestade financeira que cobre a City de Londres, o distrito financeiro da capital inglesa, mas a saída do país do bloco europeu terá um impacto global. Nesta sexta-feira, por exemplo, o governo britânico advertiu que podem ser necessários cerca de dez anos para se desvincular da atual relação com a UE e completar todos os acordos comerciais alternativos.

As barreiras comerciais voltarão a ser erguidas durante esse período, com custos de 5,6 bilhões de libras anuais (mais de 25 bilhões de reais) em tarifas, segundo a Organização Mundial de Comércio. O governo prevê “um longo período de incerteza” com “consequências para as empresas locais, para o comércio e para a atração de investimentos”.

“Além disso, muitas empresas estão utilizando o Reino Unido como porta de entrada para a Europa – e algumas advertiram que transfeririam sua sede europeia em caso de vitória do Brexit”, disse Scott Corfe, diretor da consultoria econômica Centre for Economics and Business Research. Ele espera uma queda do investimento da China e dos Estados Unidos.

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Muitos britânicos votaram a favor do Brexit (como foi apelidada a opção pela saída do bloco) atraídos pelas promessas de redução da imigração. Se a promessa for cumprida, será mais escassa também a mão de obra do leste europeu, que ajudou a movimentar a economia nos últimos anos.

O crescimento dinâmico dos dois últimos anos pode perder força. O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê recessão para o Reino Unido no ano que vem, provocando um aumento do desemprego dos 5% atuais para 6,5% em dois anos.

Rating e arrecadação menores – O Instituto de Estudos Orçamentários (IFS) prevê que os cofres públicos deixarão de receber entre 20 bilhões e 40 bilhões de libras até 2020, já descontados os recursos Londres enviava a Bruxelas. Consequência: a dívida do Reino Unido poderá perder a nota AAA, a mais alta na escala da agência de classificação de risco Standard & Poor’s. A S&P mantém essa avaliação há meio século.

Nas agências de classificação de risco, quanto mais alta a avaliação, menos os países pagam para se financiar no exterior. Já nesta sexta, a Moody’s reduziu a perspectiva da nota britânica de “estável” para “negativa”. Esse movimento costuma preceder a redução do rating. No momento, a nota do Reino Unido na avaliação da Moody’s é Aa1, a segunda mais alta em sua escala.

A City de Londres, sede global de grandes bancos, seguradoras e outras instituições financeiras, poderá perder seu atrativo: os bancos temem perder o direito de vender sem impedimentos seus serviços financeiros aos Estados Unidos e aos países da UE.

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O britânico HSBC e os americanos JP Morgan, Morgan Stanley e Goldman Sachs preveem transferir para outros países milhares de empregos. O distrito financeiro poderá perder até 100.000 postos de trabalho, segundo o TheCityUK, escritório de lobby que representa a indústria financeira.

Setores industriais como o aeroespacial e o automobilístico sofrerão com as novas barreiras tarifárias, e a indústria da construção já não poderá recorrer à imigração.

Para além disso tudo, a marca Made in Britain poderá ver-se prejudicada. “Além do Brexit, a gente já se imagina em um novo referendo de independência na Escócia”, diz Scott Corfe. “O Reino Unido não parece tão seguro como antes.”

(Com AFP)

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