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Clientes e lojistas driblam regras do Minha Casa Melhor

Com a conivência de lojistas, que alteram as informações repassadas para a Caixa Econômica Federal, clientes conseguem exceder limites dos valores estipulados para cada tipo de produto

Por Da Redação
9 set 2013, 13h44

A reportagem do jornal O Estado de S. Paulo fez uma pesquisa entre os estabelecimentos comerciais credenciados pela Caixa Econômica Federal em Brasília, em São Paulo e no Rio de Janeiro, no programa ‘Minha Casa Melhor‘ e conseguiu a garantia dos vendedores que poderia comprar com o cartão do programa produtos que não estão na lista e cujos valores são superiores ao que o governo fixou nas regras.

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Na segunda-feira da semana passada, ao comemorar que o montante de recursos contratados pelo programa ultrapassou 1 bilhão de reais, Dilma prometeu que vai incluir pelo menos mais dois itens entre as opções que os mutuários podem comprar. São eles, o forno de micro-ondas e armário de cozinha. Na realidade, basta uma pequena pesquisa para verificar que os lojistas já aceitam vender esses dois produtos pelo cartão do programa.

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Cleane Lopes, que está desempregada e recebendo seguro-desemprego, foi às compras em Caldas Novas (GO), acompanhada do marido Pascoal Teles, recepcionista em um hotel da cidade. Com 5 mil reais de crédito, o casal adquiriu, de uma tacada só, para a sala, um home theater (999 reais), uma TV digital (1.399 reais) e um rack com painel (798 reais). Para a cozinha, eles compraram uma mesa com seis cadeiras (1.190 reais) e para o quarto, a cabeceira da cama com dois criados-mudos (399 reais). Levaram também um microsystem (159 reais) para as duas filhas e ficaram com um saldo de apenas 56 reais no cartão.

Limites – Assim como a família de Cleane, outros beneficiários do programa habitacional Minha Casa Minha Vida conseguiram driblar as regras impostas pelo governo nessa linha de financiamento e compraram produtos não contemplados na cesta determinada pela equipe econômica ou cujos preços extrapolam o limite estabelecido para cada item.

Segundo as regras do Minha Casa Melhor, cada mutuário recebe um cartão magnético da Caixa com um limite de 5 mil reais para serem gastos na compra dos dez tipos de produtos, que podem ser parcelados em até 48 meses a juros de 5% ao ano – cinco vezes menores que as taxas médias cobradas pelos bancos para clientes comuns. No entanto, o governo estipulou um valor máximo para o preço de cada mercadoria – que varia de 300 reais para uma mesa com cadeiras a 1,4 mil reais para uma TV digital.

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Os vendedores garantem que já fizeram vendas excedendo os limites do programa. “É fácil: para a Caixa, a gente divide esse valor e coloca outros produtos”, explica um deles. No Rio de Janeiro, a Caixa credenciou uma loja de materiais de construção, que oferece produtos que vão de piso a vaso sanitário para os beneficiários do programa.

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Quando a reportagem questiona se é possível comprar o que quiser com o cartão Minha Casa Melhor, o vendedor explica: “É complicado falar isso pelo telefone, mas pode vir aqui que damos um jeito. Garanto que você vai sair com o produto que quiser, independentemente do valor. Já fizemos ótimos negócios para quem o cartão”.

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