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Campeãs nacionais viram mico na carteira do BNDESPar

Braço de investimentos do BNDES teve queda de 93,1% no lucro em 2012 - todas as participações acionárias em empresas tiveram retorno ruim

Por Da Redação
25 fev 2013, 14h12

Os investimentos feitos pelo governo em empresas brasileiras por meio do BNDESPar, braço de participações do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), se mostraram péssimas escolhas em 2012. O fundo registrou lucro líquido de 298 milhões no ano passado, queda de 93,1% frente a 2011 (4,308 bilhões de reais). O tombo foi provocado pelo resultado com participações acionárias, que caiu 97,9%, de 6,455 bilhões de reais em 2011 para 138 milhões de reais ano passado, conforme destaca o Relatório da Administração enviado pela instituição à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), na sexta-feira. O resultado evidencia que as “campeãs nacionais”, empresas cuja expansão foi financiada pelo BNDES com o objetivo de torná-las multinacionais, como é o caso da JBS, não têm se mostrado investimentos tão rentáveis assim.

Uma das mais importantes baixas contábeis apresentadas no balanço foi da ordem de 657,594 milhões de reais – número próximo dos 700 milhões de reais que poderiam ser reportados como baixa em decorrência do pedido de recuperação judicial da LBR, empresa do empresário Marcos Elias, que é a detentora da marca de leites Parmalat no Brasil. O documento não confirma se o valor da baixa se refere à LBR. “A principal perda por redução ao valor recuperável reconhecida no exercício corrente para um ativo individual foi constituída no montante de 657,594 milhões e decorre da não consecução dos planos de negócios originalmente previstos e que foram recentemente revistos pela coligada”, afirma o documento, sem especificar qual é a empresa coligada.

Os 700 milhões de reais que a empresa poderia perder viriam de um aporte feito para a constituição da LBR, em 2011.

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Ações – A carteira de ações do BNDESPar tombou de 89,694 bilhões de reais, em 2011, para 78,215 bilhões de reais, no encerramento do ano passado, recuo de 12,8%. Do total da carteira, 16,668 bilhões de reais referem-se a investimentos em empresas coligadas, avaliados pelo método de equivalência patrimonial; enquanto 61,547 bilhões de reais dizem respeito a investimentos em companhias não-coligadas, avaliados pelo valor justo, que considera o valor de mercado em bolsa.

Segundo o relatório, o resultado com as participações acionárias “reflete o desempenho das empresas que compõem o portfólio da BNDESPar e, como tal, é sensível a mudanças na situação econômica do país e do mundo”.

O fundo conseguiu ter resultados ruins com participações acionárias em exatamente todas as linhas que o compõem, como receita com dividendos e juros sobre o capital próprio (JCP), resultado de equivalência patrimonial e provisão para perdas por impairment. A provisão para perdas gerou prejuízo de 3,325 bilhões de reais – 608 milhões de reais referentes à carteira de coligadas e 2,717 bilhões de reais à carteira de não-coligadas.

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Campeãs nacionais viram mico – Além da LBR, outras empresas onde o fundo detém participação relevante e influi na administração são a Fibria Celulose, a JBS, a Copel e a Marfrig. Mas o BNDESPar afirmou que a redução dos ganhos com dividendos e juros sobre o capital próprio deveu-se sobretudo às empresas não-coligadas. O BNDESPar teve receita de 2,507 bilhões de reais com esses itens ano passado, 30,6% a menos em relação aos 3,612 bilhões de reais de 2011. Somente Vale, Valepar e Petrobras geraram receita de 1,559 bilhão de reais ano passado, contra 2,806 bilhões de reais em 2011.

Os resultados ruins acumulados pelo BNDESPar no ano passado vai impactar o resultado do banco como um todo – o balando do BNDES ainda não foi divulgado. Como o braço de participações é uma sociedade por ações, com registro na CVM desde 1998, é obrigado a informar seus resultados ao órgão regulador. Já os resultados do BNDES como um todo dependem de divulgação do próprio banco – os dados ainda não estão disponíveis na seção de Relações com Investidores do site do banco, nem para o BNDESPar nem para o BNDES.

(Com Estadão Conteúdo)

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