Câmara dos Representantes dos EUA aprova acordo orçamentário
Projeto ainda terá de passar pelo Senado, de maioria democrata; aprovação coloca fim à disputa sobre a questão fiscal no Congresso americano
A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, de maioria republicana, aprovou, na tarde desta quinta-feira, um projeto orçamentário de dois anos que coloca fim à disputa partidária que vem ocorrendo no Congresso em torno da questão fiscal. Agora, o texto deve seguir para o Senado (de maioria democrata), onde será votado e, certamente, aprovado. E só então irá para sanção do presidente Barack Obama. A votação ficou em 232 contra 94, mostrando forte recuo da ala conservadora do Partido Republicano, o Tea Party.
O acordo da ordem de 85 bilhões de dólares foi anunciado na última terça-feira e deve garantir financiamento para o país por dois anos, a partir de 15 de janeiro. A proposta foi feita pelo chefes da comissão orçamentária da Câmara e do Senado: o democrata Paul Ryan e a republicana Patty Murray.
O grande vitorioso do pleito é o líder dos republicanos na Câmara, John Boehner, que tem sido constantemente criticado por deixar que o Tea Party comande as discussões sobre a questão fiscal e os cortes de gastos – situação que levou o país à paralisação parcial do setor público, em outubro.
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A aprovação desta quinta é significativa porque sepulta, de uma vez por todas, as dúvidas de que uma nova paralisação pudesse ocorrer no início do ano que vem. Entre 1º e 16 de outubro deste ano, diversos órgãos públicos sofreram uma pausa parcial devido à falta de acordo entre os parlamentares para a aprovação de uma nova peça orçamentária, o que deixou o governo sem recursos.
As cifras necessárias para fazer a máquina americana girar, que somam 85 bilhões de dólares, são provenientes da redução dos cortes automáticos de gastos previstos para os anos de 2014 e 2015: 45 bilhões de dólares seriam abatidos do corte programado para o ano que vem, e outros 20 bilhões de dólares, dos cortes de 2015. Além disso, os 20 bilhões de dólares restantes virão da redução do déficit do país, segundo previsões dos parlamentares.