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Brics devem ratificar acordo de Bali, diz ministro Mauro Borges

Países do grupo concordaram em cumprir o prazo de ratificação documento da OMC, que é no final de julho

Por Talita Fernandes, de Fortaleza
14 jul 2014, 22h00

O ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Mauro Borges, afirmou nesta terça-feira que os países dos Brics (grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) devem ratificar de forma unânime o acordo fechado em Bali, na rodada de Doha, em dezembro de 2013. Após vinte anos sem avanço, as nações que compõem a Organização Mundial do Comércio (OMC) comemoraram em dezembro de 2013 a conquista do primeiro acordo da organização, que prevê a redução de barreiras comerciais entre os signatários. Para que seja efetivo, o acordo precisa ser ratificado até o final de julho.

Borges leu um comunicado elaborado em conjunto com os ministros de Comércio Exterior da Rússia, Índia, China e África do Sul, durante reunião realizada na tarde desta segunda-feira como parte da VI Cúpula dos Brics, em Fortaleza. “O comunicado conjunto é otimista no sentido de que o acordo vai ser implementado inteiramente até o final deste mês, quando os países têm que ratificá-lo. Os Brics têm enorme preocupação com o conjunto nas conversações da rodada Doha”, disse o ministro.

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Apesar da fala de Borges, o acordo firmado em Bali enfrenta resistência da Índia. Em junho, a ministra de Comércio Exterior do país, Nirmala Sitharaman, disse que Nova Déli poderia não apoiar o texto acordado por 160 países em dezembro, durante a reunião da OMC na Indonésia. Nirmala disse que a ratificação pode não ocorrer porque a Índia está descontente com as conversas sobre segurança alimentar, com os quais os ministros se comprometeram em Bali. Segundo ela, tais conversas têm ficado à margem das discussões sobre comércio. Questionado sobre a manifestação negativa da Índia, Borges disse que, embora o encontro desta tarde tenha tentado alinhar os objetivos dos Brics, o grupo não quer restringir a soberania de nenhum de seus países. “Nós compreendemos e até compartilhamos da preocupação da Índia. Mas o comunicado aponta que queremos a implementação plena do que foi acordado em Bali”, disse.

Crescimento – O ministro disse ainda que, durante o encontro, todos os representantes dos países se mostraram preocupados com o lento processo de recuperação econômica mundial. Segundo ele, os Brics acreditam que tal cenário tem prejudicado os investimentos e o comércio mundial. “As incertezas relacionadas ao crescimento econômico e a resposta de política econômica dos desenvolvidos podem levar ao aumento da volatilidade dos mercados financeiros e levar desdobramentos não desejados na economia global”, comentou. Borges acrescentou que, contudo, os ministros dos Brics permanecem confiantes de que o grupo deve continuar contribuindo de forma decisiva para a recuperação global.

Banco dos Brics – Ao final da coletiva, Borges chegou a cravar que a sede do Novo Banco de Desenvolvimento será em Xangai, na China, mas voltou atrás e disse que estava “brincando”. Apesar de as expectativas girarem em torno de uma sede chinesa, a cidade sul-africana de Johanesburgo também reivindica receber a sede da instituição. O banco, que está sendo discutido pelo grupo há dois anos, deve ser anunciado na terça-feira, quando os chefes de Estado dos cinco países se reunirão em Fortaleza. Estima-se que cada país contribua igualmente com 10 bilhões de dólares para a criação do banco que terá, sobretudo, o objetivo e financiar projetos de infraestrutura. Borges também não quis comentar quem será o presidente da nova instituição. “Isso será anunciado pelo Mantega”, disse. O nome de um brasileiro é esperado para chefiar o banco.

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