Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Brasil só voltará a ter superávit primário em 2020, diz FMI

Em relatório divulgado nesta quarta-feira, Fundo destaca que impasse político pode desencorajar medidas de melhora das contas públicas este ano

Por Da Redação
13 abr 2016, 14h42

O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê a piora de indicadores fiscais do Brasil e só vê o país voltando a ter superávit primário (recursos para o pagamento de juros da dívida pública, um termômetro de solidez das contas do governo) em 2020, de acordo com o relatório Monitor Fiscal, divulgado nesta quarta-feira, na reunião de primavera da instituição em Washington. O documento destaca que o impasse político pode complicar a implementação ou desencorajar medidas para melhorar as contas públicas.

O FMI projeta déficit primário de 1,7% do Produto Interno Bruto (PIB) este ano e de 1,4% em 2017. O país só deve voltar a ter superávit em 2020, estimado pela entidade em 0,9% do PIB.

Comparado a outros exportadores de commodities (matérias-primas, como soja e minério de ferro), o Brasil registrou deterioração mais aguda do déficit nominal, que saltou para 10,3% do PIB em 2015, destaca o FMI. A piora do déficit foi puxada por fraca arrecadação, causada pela recessão da economia e o aumento dos juros, tudo isso em um contexto de “profunda turbulência política e econômica”, além dos pagamentos das pedaladas fiscais em dezembro.

O FMI projeta redução do déficit nominal brasileiro, mas o indicador vai seguir acima da média mundial. Em 2016, este índice deve ficar em 8,7% do PIB e no ano que vem em 8,5%. A média da América Latina é de déficit de 6,5% e 5,9% este ano e no próximo. Na economia mundial, a média é de 3,6% e 3,1% e na zona do euro, de 1,9% e 1,5%, respectivamente em 2016 e 2017.

Continua após a publicidade

Como reflexo da piora das contas públicas, a dívida bruta brasileira, um dos principais indicadores de solvência de países, saltou para 73,7% do PIB, ressalta o relatório. A projeção do FMI, que considera no cálculo os títulos do Tesouro detidos pelo Banco Central (que não são considerados na contabilidade do governo brasileiro), é que o indicador suba para 76,3% em 2016 e 80,5% do PIB em 2017. Em 2021, a relação dívida/PIB vai superar os 90%, chegando a 91,7%. A média da economia mundial este ano deve ser de 47,5%.

Para reverter a tendência de deterioração dos números, o FMI recomenda uma estratégia de consolidação fiscal que resolva questões estruturais, como a rigidez de gastos públicos. “Apesar de os esforços de consolidação fiscal gerarem ventos contrários no curto prazo, eles são necessários para estimular uma reviravolta na confiança e o retorno do país ao crescimento.”

Leia mais:

Relatório expõe gastança do ONS em lojas de grife e restaurantes caros

Estados vão à Justiça para cortar dívida e governo pressiona STF

(Com Estadão Conteúdo)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.