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Brasil silencia sobre culpa de Putin — e ainda pode sair ganhando

Após retaliação à União Europeia e aos Estados Unidos anunciada nesta quarta-feira pelo presidente russo, país pode ter de aumentar fornecimento de alimentos para Moscou

Por Da Redação
6 ago 2014, 20h18

Após o decreto assinado pelo presidente russo, Vladimir Putin, limitando – em alguns casos proibindo – a importação de produtos agrícolas de países que tenham imposto sanções à Rússia, as exportações brasileiras ao país podem aumentar. O governo russo afirmou que discutirá a opção de ampliar as importações de alimentos de Equador, Brasil, Chile e Argentina com os embaixadores dos respectivos países na quinta-feira. No caso brasileiro, os maiores beneficiados seriam os setores de carne e laticínios.

Departamentos do governo russo foram instruídos a fazer uma lista dos produtos que serão submetidos às restrições. Mas o decreto não especifica quais países e alimentos serão afetados pelas medidas.

O decreto foi baixado como retaliação às sanções impostas pelos Estados Unidos e a União Europeia à Rússia, depois que o abatimento de um avião da Malaysia Airlines por míssil disparado por separatistas ucranianos apoiados pela Rússia matou 298 pessoas. Segundo o Kremlin, o veto terá validade de um ano. O Itamaraty ignorou a responsabilidade russa no ataque e não emitiu qualquer crítica à postura do governo de Putin após a queda da aeronave.

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Após o anúncio do embargo, o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra, afirmou que a indústria de carne de frango do Brasil tem condições de atender “tranquilamente” uma demanda adicional da Rússia. Ele afirmou, durante evento do setor, que o Brasil teria condições de exportar adicionalmente 150 mil toneladas de carne de frango ao ano para a Rússia, cobrindo cota fornecida pelos Estados Unidos. No ano passado, as vendas do país à Rússia atingiram cerca de 60 mil toneladas.

O Brasil é o maior exportador global de carne de frango, tendo entre as principais empresas do setor a BRF e a JBS, que também tem importante operação avícola nos EUA. “Nós aumentaríamos as plantas habilitadas, e já poderíamos suprir esta demanda”, disse Turra, acrescentando que o Brasil deve ter hoje em torno de 20 unidades habilitadas a exportar para a Rússia. “O Brasil tem condições, e nós temos uma capacidade ociosa muito grande.” Turra disse ainda que as novas vendas para a Rússia poderiam colocar o país novamente entre os principais importadores do produto brasileiro, que incluem Arábia Saudita e Japão.

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O mercado russo é um dos principais para a carne brasileira. Segundo dados do Ministério da Agricultura, no ano passado, de 2,72 bilhões de dólares em produtos agrícolas brasileiros vendidos para a Rússia, 44,1% correspondiam à carne bovina. As vendas de carne suína totalizaram 412 milhões de dólares, ou 15,1% do total.

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