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Bolsa cai com morte de Campos, mas se recupera com possibilidade de Marina assumir

A hipótese da entrada da vice na disputa eleitoral reduziu as incertezas do mercado sobre uma possível vitória de Dilma já no primeiro turno

Por Ana Clara Costa e Naiara Infante Bertão
13 ago 2014, 14h47

Após recuar quase 3% na abertura do pregão desta quarta-feira, a BM&FBovespa reduziu perdas e fechou em queda de 1,53%. Ao longo do pregão, a bolsa chegou a operar no azul, com alta de 0,11%. Investidores se mostraram apreensivos durante todo o dia em meio a rumores – depois confirmados – de que o candidato à presidência Eduardo Campos (PSD-PE) estava na aeronave que caiu durante a manhã em Santos. A possibilidade de sua vice, Marina Silva, também estar a bordo fez com que as perdas se aprofundassem no início do pregão. “A possibilidade de não haver um terceiro candidato fez os investidores se assustarem, acreditando na possível vitória de Dilma logo no primeiro turno. Ao saberem que Marina não estava no voo, o medo se dissipou de certa forma”, afirma o economista André Perfeito, da Gradual Corretora.

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Aos 49 anos, Campos morreu no acidente aéreo com outras seis pessoas, incluindo assessores e membros da equipe de filmagem e fotografia do candidato. Sua candidatura propunha um novo caminho de oposição, aliando políticas de cunho social e ortodoxia econômica. Desde abril deste ano, a Bolsa de Valores tem oscilado ao sabor das pesquisas eleitorais. O Ibovespa sobe quando o desempenho da candidata Dilma Rousseff piora nas pesquisas, e cai quando há melhora nos números da petista. A hipótese de não haver um terceiro candidato fez com que o mercado temesse a vitória de Dilma já no primeiro turno, contra o tucano Aécio Neves. Na última pesquisa Ibope, Dilma apresentava 38% de intenções de voto, contra 23% de Aécio e 9% de Campos. “Ainda é muito difícil entender o movimento desta manhã. Mas o mercado não gosta de incerteza. E, se a Marina sair forte, as chances de uma oposição à Dilma são maiores. O mercado nunca foi tão avesso à ideia de Marina”, afirma Felipe Miranda, da Empiricus.

Em relatório enviado a clientes, o analista Tony Volpon, do banco Nomura, afirmou que há uma grande expectativa de que a possível candidatura de Marina receba um impulso extra devido à comoção com a morte de Campos. “Não sabemos se isso será grande e duradouro o suficiente para torná-la forte na competição, mas não é possível desconsiderar Marina como uma candidata ao segundo turno”, afirma Volpon. O economista disse, contudo, que o acontecimento desta quarta-feira ainda não altera suas perspectivas para o resultado eleitoral: uma vitória acirrada de Aécio Neves. Volpon citou as eleições de 2010, em que 50% dos votos de Marina foram para José Serra no segundo turno, como argumento para reafirmar suas projeções. “As notícias tristes de hoje tornam nossas estimativas ainda mais prováveis”, afirma.

Visão econômica – O governo de Campos no estado de Pernambuco se beneficiou de muitas das políticas sociais da era Lula, sobretudo devido ao alinhamento político entre o candidato e o ex-presidente. Campos foi ministro de Ciência e Tecnologia entre 2004 e 2005. No setor empresarial, era visto como gestor pragmático e pró-mercado, além de defensor de uma política de regras claras para empresas. Em entrevista ao Jornal Nacional na noite de terça-feira, Campos afirmou que, caso fosse eleito presidente, a manutenção das regras seria uma de suas prioridades. Dizia Campos que o governo não podia interferir no setor privado de forma a romper com regras e promover a instabilidade. “A coisa mais importante que o próximo presidente deve fazer é recuperar a confiança do mercado e da comunidade empresarial”, afirmou.

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