Boletim regional do BC indica inadimplência crescente
Maior alta foi verificada na Região Centro-Oeste, com avanço trimestral de 0,2 ponto porcentual; empréstimos para pessoas físicas seguem em elevação
O Boletim Regional Trimestral de abril divulgado nesta quarta-feira pelo Banco Central (BC) aponta que a “a inadimplência das operações de crédito em trajetória crescente” atingiu 3,3% em fevereiro, ante 3,1% em novembro e 2,5% no segundo mês de 2011. O documento traz dados para o trimestre encerrado no segundo mês do ano.
De acordo com o documento, a maior alta no não pagamento de prestações pelas pessoas físicas ocorreu no Centro-Oeste, com avanço de 0,2 ponto porcentual. No caso das empresas, a maior expansão foi apurada na Região Norte, com incremento de 0,6 ponto porcentual.
Crescimento – O Boletim indicou também que as operações de crédito superiores a 1 mil reais apresentaram alta trimestral de 4,2% em fevereiro. Isso foi causado pela expansão da concessão de empréstimos de 7,7% para pessoas físicas e de 1,7% para empresas.
De acordo com o documento, o estoque das operações de crédito em 12 meses avançou 20,6% em fevereiro, devido ao incremento de 26,5% para pessoas físicas e 16,4% para pessoas jurídicas.
Segundo a análise regional, os aumentos mais vigorosos da concessão de crédito ocorreram no Nordeste, com alta de 6,2%, seguida pelo Sul, com avanço de 4,6%.
Viés restritivo para PJ – De acordo com o diretor de política econômica do Banco Central, Carlos Hamilton Araújo, a expectativa para o segundo trimestre no financiamento a pessoa jurídica possui um viés restritivo. Segundo ele, a restrição na oferta de crédito está relacionada à inadimplência. Porém, Araújo destacou que, no segmento para micro e pequenas empresas, há um viés positivo para o período entre abril e junho de 2012.
Segundo o diretor do BC, entre o primeiro e segundo trimestres deste ano, há uma reversão de tendência na expectativa de crédito em geral. No tocante aos empréstimos para as famílias, o economista destacou que o endividamento atingiu 42,9% em fevereiro, mas está em moderação. Ele ressaltou que esse endividamento significa o estoque da dívida como proporção da renda, independente da maturação.
Dessa forma, Carlos Hamilton avalia que o crédito para pessoas físicas tem viés positivo entre abril e junho. Ele destacou uma melhora na expectativa de oferta e demanda do crédito habitacional, estimulado, principalmente, pelo baixo desemprego no país e a renda em elevação.
Abril – O diretor de política econômica do BC também informou que a média diária de concessão de crédito no país cresceu 6% em abril, quando comparado com março. Para pessoas físicas, esse aumento foi de 8,1% no período, enquanto que para pessoas jurídicas, de 4,6%.
O diretor ainda reafirmou a projeção da autoridade monetária para o crescimento do estoque de crédito, de 15% neste ano.
(com Agência Estado e Reuters)