BNDES estuda destinar mais R$ 15 bi em linha de crédito à infraestrutura
Recursos viriam de depósitos compulsórios dos bancos e devem ser liberados por meio de instituições financeiras
O governo deve destinar parte dos depósitos compulsórios sem remuneração ao crédito para infraestrutura. A afirmação foi feita nesta sexta-feira pelo presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, durante roadshow do governo brasileiro na capital britânica para atrair investidores. “O governo brasileiro, especialmente o ministro Guido Mantega, está trabalhando arduamente nesse tema. Há a possibilidade de usar os depósitos compulsórios sem remuneração como financiamento para operações de crédito em infraestrutura. Com isso, bancos privados vão ter a chance de competir”, disse o presidente do BNDES diante de uma plateia de empresários, gestores, analistas e investidores.
Uma reclamação antiga dos bancos privados é que instituições estatais como o BNDES, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal têm vantagens competitivas no crédito para infraestrutura pela possibilidade de usar financiamento diferente – mais barato – dos disponíveis aos agentes privados.
Além do uso de compulsórios no crédito para infraestrutura, Coutinho disse que o governo quer criar instrumentos para compartilhar os riscos nessas operações, o que daria mais segurança para que os bancos privados entrassem no segmento. Essa divisão de risco aconteceria especialmente com o BNDES. Outro mecanismo é a nova Agência Brasileira de Seguros e Garantias. “Órgão que vai ajudar na gestão dos riscos.”
Bancos demonstram interesse – Coutinho disse que dois grandes bancos privados já demonstraram interesse em operar novas linhas de crédito para infraestrutura com o uso de recursos dos depósitos compulsórios. Segundo ele, até 15 bilhões poderão ser direcionados para a compra de dívida privada ligada ao setor de infraestrutura ou para a concessão de crédito direto aos projetos.
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