Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Apagões colocam em xeque segurança do sistema elétrico

Para especialistas, há sinais de que a manutenção da rede não é adequada

Por Da Redação
21 out 2012, 09h42

“O equipamento dá sinais de que precisa ser trocado. Para mim está claro: estamos com problemas em manutenção”, diz Carlos Faria, da Anace

A sequência de blecautes que atingiu o Brasil nas últimas semanas levantou suspeitas sobre a segurança do sistema nacional de transmissão. Neste ano, já foram 63 cortes. Só entre os dias 15 de setembro e 15 de outubro, foram 14 desligamentos em várias regiões – na média, significa quase um corte a cada dois dias. Em 2011, no mesmo período, foram nove apagões e todos bem menores. Em termos de volume de energia desligada, os blecautes dos últimos 30 dias foram 153% maiores que os de 2011. As informações, retiradas de relatórios diários do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), coincidem com a evolução dos desligamentos nos últimos anos. No ano passado, foram 97 ocorrências com cortes de eletricidade acima de 100 MW – número 29% superior ao de 2007.

Leia também:

Leia também: Após apagões, Dilma decide mexer na gestão de Furnas

Embora o governo garanta que o sistema nacional tenha alta confiabilidade, especialistas temem que os apagões sejam uma sinalização de falta de manutenção da rede. “Uma parte do sistema é cinquentão e deveria ter passado por um processo de manutenção e substituição. A indicação mais óbvia de que isso não ocorreu são os apagões”, diz o professor da Universidade de São Paulo Ildo Sauer. O diretor-geral do ONS, Hermes Chipp, discorda das suspeitas. “Não existe falta de investimento a ponto de caracterizar o problema (de blecaute). De 2001 para cá, os investimentos foram enormes.” Ele explica que, no caso do sistema existente, os investimentos em manutenção e reforço precisam ser feitos de forma gradual, para não impactar a tarifa.

Continua após a publicidade

Leia também:

Leia também: ONS acusa Furnas por apagão, que diz não ter culpa

“Você não faz tudo ao mesmo tempo”, afirma Chipp. “Primeiro, você investe na rede básica, nas linhas de mais alta tensão, nas interligações inter-regionais, responsáveis pela transferência de energia entre as regiões, e nas linhas de escoamento das bacias das grandes usinas.” As explicações de Chipp, no entanto, não convencem totalmente os especialistas. Como engenheiro, que começou fazendo manutenções no sistema, Carlos Faria, hoje presidente da Associação Nacional dos Consumidores de Energia (Anace), sabe que um transformador não queima da noite para o dia – como ocorreu em alguns cortes recentes. “Você tem de fazer um acompanhamento. O equipamento dá sinais de que precisa ser trocado. Para mim está claro: estamos com problemas em manutenção”, afirma.

(Com Agência Estado)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.