BB reduz tarifas bancárias para pessoa física em até 34%
Instituição financeira diz que os preços teriam de cair de qualquer maneira e que está se antecipando ao movimento do mercado
O Banco do Brasil (BB) anunciou nesta segunda-feira a redução das tarifas e preços de pacotes de serviços em até 34% a partir de 15 de outubro. A instituição financeira de capital misto junto com a Caixa Econômica Federal (CEF) vem liderando a ofensiva do governo Dilma Rousseff para provocar redução de tarifas e juros no setor financeiro nacional. Na semana passada, a Caixa anunciou diminuição de até 60% nas taxas de administração de fundos de investimento.
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Em comunicado, o BB disse que cortará os valores de sete pacotes de serviços e 24 tarifas consideradas prioritárias, como saques, depósitos, consultas, transferências de recursos e cartões de créditos, entre outras. O banco vai ainda isentar novos clientes da tarifa de 30 reais para elaboração de cadastro para inicio de relacionamento. O BB terá também pacote de serviço isento para conta digital – quando todos os serviços são feitos pela internet ou em terminais de auto atendimento – e reduzirá em 26,6% o seu pacote padrão básico de serviços, que custará 9,90 reais por mês.
Detalhamento – Os serviços prioritários que ficarão mais baratos são: contas de depósito, cheque, saques, depósitos, consultas, transferências de recursos, transferências por TED/DOC e entre contas na própria instituição, ordens de crédito e cartões de crédito. A tarifa de saques, por exemplo, cai de 1,70 real para 1,20 real.
O pacote de tarifas padronizado pelo Banco Central passa de 13,50 reais para 9,90 reais (-26,6%). As cestas de serviços que têm hoje preços entre 40,60 reais e 49,90 reais passam a custar 38 reais por mês.
“Com essa ação, o BB espera que, da mesma forma que ocorreu quando reduziu as taxas de juros com a estratégia BOMPRATODOS, crie-se um novo ciclo virtuoso e que a baixa de preços permita ao cliente consumir mais produtos e serviços BB gerando um novo ganho de escala”, disse a instituição em nota.
Ganho de escala – O vice-presidente de Negócios de Varejo do Banco do Brasil, Alexandre Abreu, disseque o ganho de escala compensará a redução de tarifas bancárias para pessoas físicas. Segundo o executivio, essa compensação virá do aumento na base de clientes registrado desde abril – quando o BB iniciou o atual processo de redução dos juros – e da expectativa de mais crescimento nesse número.
“Reduzimos as tarifas mais usadas pelo público. As razões para isso são um ganho muito forte com clientes que passaram a utilizar o banco depois da redução dos juros e um ganho de escala que nos permite revisar para baixo alguns preços”, disse. De acordo com Abreu, o BB tem agora o pacote de serviços mais barato do mercado.
Competição – O executivo do BB disse também que as tarifas bancárias da instituição teriam de ser reduzidas por questões de mercado e que o banco está se antecipando a esse movimento, assim como ocorreu em relação às taxas de juros. “O mercado entrou em uma nova fase de competição. No campo das tarifas a competição também vai se acirrar”, afirmou.
O diretor informou também que o corte anunciado nesta segunda-feira “é o que foi possível fazer” neste momento. “Com novos ganhos de escala, podem ocorrer novos movimentos. Mas não há nada previsto neste momento”, disse.
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Compromisso – Ele destacou que o BB mantém o compromisso de ser uma empresa pública e com responsabilidade de gerar bons resultados. Para ele, a medida anunciada é sustentável e vai gerar valor ao acionista no médio prazo. Há 3 milhões de novos clientes ativos no banco estatal desde abril, considerando correntistas que vieram de outras instituições e também aqueles que tinham conta aberta no BB, mas estavam sem movimentação.
Segundo o executivo, a redução de tarifas não deverá ter grandes impactos no resultado do atual trimestre. “As contas foram feitas nesse sentido, para que, no final, o resultado seja positivo para o banco e para os clientes”, disse. “É a mesma lógica da redução dos juros.”
Abreu informou que as tarifas correspondem a 27% do resultado do banco, incluindo taxas com seguros e tarifas de fundo. Já as tarifas de conta corrente, que foram reduzidas, correspondem a 17% desse total. “É um impacto que existe, mas não é tão significativo”, afirmou. “O aumento que haverá até o final do ano no uso maior desses pacotes vai neutralizar esse resultado e por isso não esperamos grandes impactos no resultado do trimestre”, completou.
(com Agência Estado e Reuters)