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Balança registra o pior novembro desde 2000

Saldo de exportações e importações ficou negativo em 186 milhões de dólares no mês; vendas externas de manufaturados tiveram forte expansão

Por Da Redação
3 dez 2012, 15h03

Exportações de manufaturados registraram recorde para novembro. Nas importações, as aquisições de bens de capital recuaram 11,5% no mês ante igual período de 2011 – em consonância com o recuo da taxa de investimento revelada pelo PIB divulgado semana passada

A balança comercial brasileira registrou déficit de 186 milhões de dólares em novembro. O saldo negativo decorre de exportações que somaram 20,47 bilhões de dólares e importações de 20,65 bilhões de dólares. Segundo a série histórica do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), o resultado de novembro é o pior para o mês desde 2000.

Apenas na quinta semana de novembro, o déficit foi de 553 milhões de dólares, com vendas externas de 4,66 bilhões de dólares e compras de importados de 5,21 bilhões de dólares.

Superávit em 2012 – No acumulado do ano, o superávit comercial é de 17,18 bilhões de dólares, 33,9% menor que o resultado apurado entre janeiro e novembro de 2011. Os envios ao exterior somam 222,83 bilhões de dólares, o que significa uma queda de 4,7% em relação ao mesmo período do ano passado. Já as importações totalizam no ano 205,64 bilhões de dólares, com retração de 1,1% ante os onze primeiros meses de 2011.

Manufaturados – Em novembro, as exportações de produtos manufaturados registraram valor recorde para o mês, de 8,25 bilhões de dólares. Segundo o MDIC, a média diária de exportação deste tipo de produto cresceu 5% em relação a novembro de 2011, enquanto que as vendas de produtos básicos ao exterior tiveram queda de 12% e as de semimanufaturados caíram 14%.

No grupo de manufaturados, os envios foram puxados por plataforma para exploração de petróleo, óleos combustíveis, aviões, laminados planos, açúcar refinado, etanol e bombas e compressores. Nos básicos, os destaques foram as vendas de soja em grãos, café em grãos, minério de ferro, fumo em folhas, carne de frango e algodão bruto. No grupo de semimanufaturados, a retração foi puxada por óleo de soja bruto, alumínio bruto, ferro fundido, semimanufaturados de ferro e aço, açúcar bruto e celulose.

Nas importações, houve aumento de 32,1% nas compras de combustíveis e lubrificantes em relação a novembro de 2011. Por outro lado, tiveram queda as importações de bens de consumo (17,1%), bens de capital (11,5%) e matérias primas e intermediários (4,9%). Segundo o MDIC, no setor de bens de consumo, as principais quedas foram de automóveis de passageiros, móveis, máquinas de uso doméstico, bebidas e tabaco e produtos farmacêuticos. Nos bens de capital, apresentaram queda as importações de maquinaria industrial, máquinas e aparelhos de escritório e equipamento móvel de transporte.

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Minério de ferro – As exportações de minério de ferro, produto importante da pauta de exportação do Brasil, em novembro somaram 32,56 milhões de toneladas, volume 2,5% maior que o total embarcado no mesmo mês de 2011. Contudo, as receitas com as vendas externas no período despencaram devido à queda nos preços, segundo dados apresentados nesta segunda-feira pela Secretaria de Comércio de Exterior (Secex).

O volume embarcado ficou ligeiramente abaixo das 32,64 milhões de toneladas vendidas ao exterior em outubro. Em termos financeiros, no entanto, houve um recuo na receita em dólares de 28% na comparação ano a ano, devido à queda dos preços do minério de ferro no período, em função do desaquecimento da economia global.

A receita de vendas de minério atingiu 2,63 bilhões de dólares em novembro, contra vendas de 3,67 bilhões no mesmo mês de 2011. Apesar de terem esboçado uma recuperação recentemente no mercado à vista, após uma mínima de cerca de três anos em setembro, os preços do minério de ferro ainda estão bem abaixo do verificado em novembro de 2011.

A tonelada exportada foi cotada a 131,9 dólares, enquanto em novembro de 2011 o Secex registrou 183,5 dólares. Em comparação com o mês de outubro, a receita com as vendas externas de minério em novembro permaneceu praticamente inalterada.

Nesta segunda-feira, a mineradora Vale anunciou redução de seus investimentos para 2012 e 2013 devido à queda na expectativa de demana por minérios e metais no médio prazo.

Recorde – As exportações de milho do Brasil seguem batendo recordes mensais em meio a uma forte demanda internacional, após reduções de safras em outros países produtores, mostraram dados oficiais da balança comercial, divulgados nesta segunda-feira.

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Os embarques do cereal somaram um 3,9 milhões de toneladas em novembro, superando o recorde de 3,66 milhões de toneladas registrado em outubro. O volume é quase quatro vezes maior que o registrado em novembro de 2011, quando as vendas ao exterior foram de 907 mil toneladas.

O resultado consolida 2012 como um ano histórico nas exportações de milho para o Brasil, com um volume de 16,98 milhões de toneladas, bem acima do recorde anterior, de 10,9 milhões de toneladas nos 12 meses de 2007, e acima das 9,46 milhões de toneladas do ano passado.

O país produziu um recorde superior a 72,5 milhões de toneladas na safra passada, em meio a uma disparada no mercado internacional com a quebra de safra dos Estados Unidos, uma redução na produção da Argentina, o câmbio favorável às vendas externas e com estoques abundantes no Brasil. O volume exportado em novembro rendeu 1,07 bilhão de dólares, com a tonelada do milho sendo vendida a 273,8 dólares na média diária.

Soja – Na direção oposta do milho, a soja – cujos estoques estão baixos após vendas intensas nos últimos meses – registrou forte queda nos embarques em novembro ante outubro. No último mês foram exportadas 259 mil toneladas da oleaginosa, contra 906,9 mil toneladas no mês anterior e 1,76 milhão de toneladas em novembro de 2011.

(com Reuters e Estadão Conteúdo)

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