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Às vésperas do Natal, consumo das famílias atinge recorde negativo

Intenção de Consumo das Famílias, calculado pela Fecomércio-SP, alcançou 65,3 pontos em novembro, a menor pontuação da história

Por Luís Lima 4 dez 2015, 15h09

Desde o começo do ano, o consumo das famílias, que já foi um dos principais motores do crescimento no Brasil, tem amargado sucessivas quedas. Desde o primeiro trimestre o indicador está no terreno negativo — e não só segundo a metodologia do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF), calculado pela Fecomércio-SP, recuou em novembro pela décima-terceira vez seguida, ao atingir 65,3 pontos, a menor pontuação da história. O desempenho representa uma queda recorde 40% em relação a novembro do ano passado, além de uma retração de 4% sobre outubro. Os dados foram enviados com exclusividade ao site de VEJA.

Todos os itens que compõem o índice ficaram no patamar de insatisfação, abaixo dos 100 pontos, e tiveram queda tanto na comparação anual quanto mensal. Os destaques negativos do mês passado foram “Perspectivas para o Consumo”, com baixa de 56,7% sobre novembro de 2014, e o “Nível de Consumo Atual”, com retração de 50,5% na mesma base. Os números são divulgados às vésperas do Natal, data mais importante para o comércio.

“Este item [Nível de Consumo Atual] evidencia o quadro de todas suas condicionantes: renda, juros e emprego. A renda tem sido afetada pela inflação. Os juros, hoje altos, dificultam o acesso ao crédito. E o desemprego, variável chave neste ano, estimula a cautela de quem ainda não perdeu o emprego”, explica Victor França, assessor econômico da Fecomércio-SP. Ele acrescenta que, como ainda há muitas incertezas nos horizontes econômico e político, a perspectiva para o consumo também foi afetada.

Em nota, a entidade ressalta que o consumidor vem desde o ano passado com a postura de priorizar o orçamento com os bens de primeiras necessidades como supermercados e medicamentos. Essa preferência explica a queda anual de 49,9% em novembro do item “Momento Para Duráveis”, que mede a disposição dos brasileiros a substituírem bens como geladeiras e fogões. “A compra de bens duráveis depende muito da confiança e das condições de juros e crédito. Atualmente, o consumidor está com pouca confiança, evitando se endividar”, explica França.

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A retração do poder de compra via alta da inflação também impactou os itens. Os itens “Acesso ao Crédito” e “Renda Atual” caíram 44,2% e 36,5% no ano, respectivamente. Mesmo com a deterioração do mercado de trabalho, os dois itens menos afetados foram “Emprego Atual” (-28,3%) e “Perspectiva Profissional” (-23,5%).

Outra constatação do estudo é a de que a insatisfação dos consumidores atingem brasileiros tanto de renda até 10 salários mínimos, como os que ganham acima desse limite. “Em termos objetivos, as familias de baixa renda são mais afetadas, pois dependem mais de crédito. Mas ainda assim, a crise é generalizada”, diz o assessor econômico.

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Meotodologia – O ICF é apurado mensalmente pela Fecomércio-SP desde janeiro de 2010, com dados de 2.200 consumidores no município de São Paulo. O ICF é composto por sete itens: emprego atual, perspectiva profissional, renda atual, acesso ao crédito, nível de consumo atual, perspectiva de consumo e momento para duráveis.

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O índice vai de zero a 200 pontos. Desempenho abaixo de 100 pontos é considerado insatisfatório e acima de 100 pontos, satisfatório. O objetivo da pesquisa é ser um indicador de projeção para as vendas do comércio.

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