Arrecadação federal cai 2,44% em junho — pior resultado em cinco anos
Saldo do mês passado foi de R$ 97,03 bilhões, o menor para meses de junho desde 2010, quando a arrecadação ficou em R$ 87,28 bilhões
A arrecadação de tributos e contribuições federais cobradas pela Receita Federal em junho somou 97,09 bilhões de reais, o que representa uma queda real de 2,44% na comparação com o mesmo mês de 2014. Com relação a maio, o resultado traz uma um aumento de 5,03% na arrecadação. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira, pela Receita Federal. O saldo do mês passado é o menor para meses de junho desde 2010, quando a arrecadação ficou em 87,28 bilhões de reais.
O resultado do mês passado ficou acima da mediana das estimativas de 15 analistas do mercado financeiro consultados pela Agência Estado, de 94,90 bilhões de reais. O intervalo das previsões ia de 92,40 bilhões de reais a 101,10 bilhões de reais.
No primeiro semestre da nova equipe econômica de Dilma Rousseff, a arrecadação federal somou 607,20 bilhões de reais, uma redução em termos reais de 2,87%, na comparação com o mesmo período do ano passado.
O fraco desempenho da arrecadação no primeiro semestre lança dúvidas sobre o cumprimento da meta fiscal de 2015, com o desaquecimento da atividade afetando o recolhimento dos impostos enquanto as desonerações seguem sangrando o caixa do governo.
Em junho, a arrecadação gerada pela Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) recuou 22,79% na comparação anual, enquanto a do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) caiu 10,99%.
Ao mesmo tempo, as desonerações somaram 7,74 bilhões de reais a menos aos caixas do governo, ante 8,15 bilhões de reais um ano antes.
No acumulado dos primeiros seis meses do ano, contudo, a renúncia com as desonerações chega a 54,88 bilhões de reais, acima dos 48,02 bilhões de reais de igual período de 2014. A votação da medida enviada pelo governo para reduzir a desoneração da folha de pagamento para alguns setores ainda não foi concluída no Congresso.
Com o cenário fiscal brasileiro fortemente abalado pela baixa arrecadação, o governo já avalia reduzir a meta de superávit primário neste ano, fixada em 66,3 bilhões de reais, equivalente a 1,1% do Produto Interno Bruto (PIB).
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(Com Estadão Conteúdo e Reuters)