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Arno Augustin agora dá pitaco – também – no câmbio

Novo 'homem forte' do governo Dilma, secretário do Tesouro Nacional diz que medida do governo facilitará entrada de capital estrangeiro no país

Por Da Redação
5 jun 2013, 13h43

A redução a zero da alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) incidente sobre capital estrangeiro em aplicação de renda fixa no Brasil mobilizou discursos não só do ministro da Fazenda, Guido Mantega, mas também da presidente Dilma Rousseff e, como não poderia deixar de ser, do onipresente secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin – novo ‘homem forte’ do governo petista.

Após participar de evento em Brasília na manhã desta quarta-feira, Augustin afirmou que a medida anunciada pelo governo “reduz a volatilidade nos mercados”, além de criar melhor condição de ingresso de recursos de investidores estrangeiros na compra dos títulos públicos do Brasil. “A medida que o governo toma tem objetivo reduzir volatilidade e permitir melhor equação para a economia brasileira. Medidas como essa não são de curto prazo, mas têm impacto (de curto prazo). São medidas normais que o governo toma para ajustar os preços e têm a ver com o cenário internacional”, disse Augustin.

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Mercado volátil – A análise do secretário, contudo, não se mostrou das mais acertadas. Devido à repentina mudança no IOF, o mercado reagiu de maneira descompassada, criando grande volatilidade nas operações cambiais. A moeda abriu em queda de 1,97% cotada a 2,09 e, às 13h25 (horário de Brasília), voltou a subir para 2,13 reais. “Embora no curto prazo a medida possa resultar num aumento dos fluxos de entrada, a ausência do IOF provavelmente levará a uma volatilidade maior”, informou o banco HSBC em relatório. “Investidores estrangeiros provavelmente ficarão mais dispostos a entrar no Brasil, mas também mais inclinados a tirar investimentos em tempos de aversão ao risco”, emendou.

A volatilidade da moeda foi tamanha que o Banco Central teve de intervir com a venda de 27,5 mil contratos de swap cambial tradicional – equivalentes a uma venda de dólares no mercado futuro – da oferta total de 40 mil contratos com vencimento em 1º de julho de 2013. A operação movimentou o equivalente a 1,377 bilhão de dólares.

Antes de o BC intervir, a presidente Dilma Rousseff havia trazido mais gás ao mercado ao ser questionada se haveria mais ações para segurar o dólar no final desta manhã. Ela respondeu dizendo que o governo não atua para controlar o câmbio: “Nós não temos medida nenhuma para segurar o dólar. Eu queria informar que esse país adota o regime de câmbio flexível”.

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Contas externas – A expectativa do mercado é de que não só a volatilidade se mantenha, como também a moeda americana continue com tendência de alta. A estrategista de câmbio da América Latina do RBS, Flavia Cattan-Naslausky, acredita que os fluxos não devem ser suficientes para reverter a valorização do dólar e vê a moeda sendo negociada dentro de um intervalo de 2,05 a 2,15 reais. “Eu acho que a direção continua de um real mais fraco. O Brasil está com uma deterioração nas contas externas”, afirmou.

O balanço de pagamentos está em franca deterioração, com déficits crescentes na conta transações correntes provocados pelo déficit elevado na balança comercial. O déficit em transações correntes do Brasil subiu 55% em abril em relação ao mesmo mês do ano passado, fazendo com que o rombo em 12 meses superasse 3% do PIB pela primeira vez em mais de uma década.

(Com Reuters)

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