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Argentina se reúne com credores hoje para negociar dívida

Delegação comandada pelo ministro da Economia Axel Kicillof tentará convencer o mediador da Justiça americana a suspender o pagamento integral

Por Da Redação
7 jul 2014, 12h16

Uma delegação argentina liderada pelo ministro da Economia do país, Axel Kicillof, chega a Nova York nesta segunda-feira para uma reunião com o mediador da Justiça americana, Daniel Pollack. Segundo o jornal La Nacíon, a ideia é tentar convencê-lo a suspender a decisão judicial que obriga o país a pagar integralmente sua dívida com os chamados fundos abutres. A dívida, de 1,33 bilhão de dólares, deve ser paga até o fim do mês, conforme determinado pelo juiz Thomas Griesa. Se conseguir a suspensão temporária, o governo de Cristina Kirchner só teria de pagar em dezembro os credores que não aceitaram reestruturar sua dívida em 2005 e 2010 (os fundos abutres). Do total de credores da dívida argentina, esses investidores representam menos de 8%. Os demais credores, 92% do total, renegociaram os débitos em 2005 e 2010.

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O que são fundos abutres?

Fundo abutre é um jargão do mercado financeiro usado para classificar fundos de hedge que investem em papéis de países que deram calote – atuam, em especial, na América Latina e na África. Sua atuação é perfeitamente legítima. O termo abutre foi criado para diferenciá-los dos fundos convencionais, justamente por trabalharem como ‘agiotas’ de países caloteiros, emprestando dinheiro em troca de ‘títulos podres’. São considerados pelo mercado uma espécie de ‘investidor de segunda linha’. Sua atuação consiste em comprar títulos da dívida de nações em default por valor irrisório para depois acionar o país na Justiça e tentar receber ganhos integrais. Os ‘abutres’ compraram os papéis da dívida argentina por 48,7 milhões de dólares em 2001 e querem receber, hoje, cerca de 1 bilhão de dólares. A Argentina, por sua vez, tenta escapar do pagamento. O país teme que, caso aceite pagar os ‘abutres’ integralmente, os 92% de credores que aceitaram a renegociação da dívida em 2005 e 2010 possam buscar na Justiça o direito de receber ganhos integrais. Neste caso, o pagamento poderia reduzir as reservas internacionais do país a praticamente zero. Outro agravante é que, devido ao histórico de calotes e decisões econômicas escandalosas do país, sua credibilidade para negociar com credores está fortemente abalada.

A Argentina teme que, se pagar os fundos abutres agora, os demais investidores entrarão com processos judiciais para cobrar o valor integral. O contrato de reestruturação desses 92% prevê que até dezembro eles têm direito de fazer essa cobrança. Por isso, a Argentina quer postergar o pagamento dos “fundos abutres” para o fim do ano, quando essa cláusula vence.

O juiz Thomas Griesa também determinou que, enquanto o impasse com os fundos especulativos não é resolvido, o país não poderá continuar pagando os débitos de seus demais acionistas. Com isso, a pressão para a cobrança de dívida virá de todos os lados.

Na semana passada, o ministro Axel Kicillof disse que o bloqueio do pagamento da dívida dos investidores que reestruturaram o débito é “uma situação desconcertante e insólita”.

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Apesar de não ter sido confirmado oficialmente, a imprensa argentina divulgou que os representantes escolhidos por Kicillof para a reunião são o secretário de Finanças, Pablo López, o secretário da área Legal e Administrativa do Ministério da Economia, Federico Thea, e o subprocurador do Tesouro, Javier Pargament.

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Histórico – Em 2001, quando decretou o calote, a Argentina acumulou dívidas de 100 bilhões de dólares. O governo de Cristina perdeu uma briga judicial na Corte americana há algumas semanas, sendo, então, obrigado a pagar 1,33 bilhão de dólares devidos aos fundos abutres. Desde então, a equipe econômica argentina tenta suspender a sentença ou pelo menos adiar o pagamento.

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