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Argentina quer estender prazos para conseguir pagar dívida com fundos

País quer encontrar alternativas ao calote; credores têm de receber 1,33 bilhão de dólares

Por Da Redação
22 jun 2014, 14h41

O governo da Argentina estuda a possibilidade de fazer um pagamento em dinheiro para demonstrar sua boa vontade e ampliar o prazo para pagar a dívida restante com os fundos de hedge (também chamado de fundos abutres), que ganharam uma longa batalha legal nos Estados Unidos na última segunda-feira. A informação foi publicada neste domingo pelo jornal argentino La Nación, citando fontes do governo Kirchner.

Para cumprir a sentença judicial e pagar 1,33 bilhão de dólares inadimplentes há cerca de 12 anos aos credores americanos, a proposta para avançar as negociações seria adiantar entre 300 milhões e 400 milhões de dólares em dinheiro e saldar o restante da dívida por meio de novas emissões escalonadas de títulos públicos.

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O que são fundos abutres?

Fundo abutre é um jargão do mercado financeiro usado para classificar fundos de hedge que investem em papéis de países que deram calote – atuam, em especial, na América Latina e na África. Sua atuação é perfeitamente legítima. O termo abutre foi criado para diferenciá-los dos fundos convencionais, justamente por trabalharem como ‘agiotas’ de países caloteiros, emprestando dinheiro em troca de ‘títulos podres’. São considerados pelo mercado uma espécie de ‘investidor de segunda linha’. Sua atuação consiste em comprar títulos da dívida de nações em default por valor irrisório para depois acionar o país na justiça e tentar receber ganhos integrais. Os ‘abutres’ compraram os papéis da dívida argentina por 48,7 milhões de dólares em 2001 e querem receber, hoje, cerca de 1 bilhão de dólares. A Argentina, por sua vez, tenta escapar do pagamento. O país teme que, caso aceite pagar os ‘abutres’ integralmente, os 92% de credores que aceitaram a renegociação da dívida em 2005 e 2010 possam buscar na Justiça o direito de receber ganhos integrais. Neste caso, o pagamento poderia reduzir as reservas internacionais do país a praticamente zero. Outro agravante é que, devido ao histórico de calotes e decisões econômicas escandalosas do país, sua credibilidade para negociar com credores está fortemente abalada.

Segundo o La Nación, o valor inicial seria equivalente à quitação de 65% da dívida junto aos detentores de títulos reestruturados. O governo ainda estuda oficializar um acordo para o resto da dívida em janeiro de 2015, num modelo parecido ao que foi assinado com a petrolífera espanhola Repsol e o Clube de Paris.

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A Argentina precisa encontrar uma solução rápida para evitar o calote da dívida depois que a Suprema Corte dos Estados Unidos rejeitou um recurso do país sobre uma decisão anterior. Na prática, a decisão judicial exige o pagamento imediato aos detentores de bônus que não aceitaram, em 2010, a renegociação da dívida argentina. Os fundos abutres correspondem a 7% dos credores.

Até agora, o país tem resistido em cumprir a decisão por alegar que salvaguarda os interesses dos 92,4% dos credores que aceitaram abrir mão de milhões em ganhos após o calota dado pelo país em 2001 e 2002.

(Com Reuters)

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