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Argentina e Brasil começam a destravar comércio bilateral

Produtos brasileiros como carne suína e de frango foram liberadas para comercialização no país vizinho; vinhos, polpa de maçã e de pera e outros alimentos argentinos podem ser vendidos no Brasil

Por Da Redação
3 jul 2012, 14h01

Carros, azeitonas, azeite de oliva, carnes suína e de frango estão na lista dos produtos liberados

Argentina e Brasil começaram a destravar o comércio bilateral de produtos chamados sensíveis: carros, azeitonas, azeite de oliva, e outros alimentos argentinos; e as carnes suína e de frango e outros itens brasileiros, segundo informações de despachantes da aduana, da indústria e de autoridades locais argentinas. “As Declarações Juramentadas Antecipadas de Importação (DJAI) começaram a ser autorizadas para a entrada de suínos e derivados processados de frango do Brasil”, disse um dos despachantes ouvidos.

“O que estava bloqueado pela Argentina está entrando, mas é preciso ir monitorando para ver se continua assim”, disse uma fonte da indústria. Segundo ela, 50% das carnes brasileiras que estavam travadas já foram liberadas. Além disso, a Argentina também autorizou a entrada de suínos e frangos industrializados, o que havia sido proibido desde fevereiro. O Brasil, por sua vez, também liberou licenças pendentes de vinhos, polpa de maçã e de pera, pêssego em lata, queijos e outros alimentos, segundo o secretário de Agroindústria da província de Mendoza, Marcelo Barg.

“O que foi negociado com a secretária Tatiana Prazeres, de Comércio Exterior do MDIC, está sendo cumprido e estamos muito satisfeitos”, disse ele. Fonte da indústria automobilística revelou que praticamente todos os carros que estavam parados na fronteira foram liberados pelo Brasil. “Estão destravando e não poderia ser diferente, porque somos o principal mercado de exportação de carros um do outro”, afirmou o executivo de uma das montadoras instaladas na Argentina.

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A fonte informou que a Anfavea e sua equivalente argentina, a Adefa, vão se reunir nos próximos dias 26 e 27 de julho para elaborar uma proposta do setor que será entregue aos seus respectivos governos. Na última sexta-feira, o ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, anunciou que, em meados de julho, os dois governos vão iniciar as conversas sobre um regime comum para o setor automotivo, com base no programa brasileiro, que entrará em vigor em janeiro de 2013.

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As barreiras argentinas ao comércio em geral e as represálias brasileiras, somadas aos reflexos do contexto internacional acirrado, provocaram uma queda anual de 32% do comércio bilateral em junho. O déficit argentino com o Brasil foi de apenas 262 milhões dólares, 46,6% menor ao verificado em igual mês de 2011, segundo análise da consultoria Abeceb. No acumulado do primeiro semestre, o déficit da Argentina é de 1,474 bilhão de dólares, bem abaixo do verificado em igual período de 2011, de 2,447 bilhões de dólares. “Esta queda no comércio bilateral não se registrava desde 2009”, alertou a consultoria.

A consultoria destacou que, em consequência da contração de suas exportações ao mercado brasileiro, a Argentina passou do terceiro ao quarto lugar no ranking dos principais fornecedores do Brasil e foi substituída pela Alemanha: Estados Unidos (2,734 bilhões de dólares); China (2,650 bilhões de dólares); Alemanha (1,110 bilhão de dólares) e Argentina (1,049 bilhão de dólares). Na mão contrária, a Argentina manteve-se como terceiro comprador dos produtos brasileiros, atrás da China (3,945 bilhões de dólares) e Estados Unidos (2,009 bilhões de dólares).

Autopeças – “As indústrias operam de maneira integrada e será difícil mudar isso. Nesse sentido, vão discutir e apresentar uma proposta que se enquadre aos interesses do governo e do setor”, afirmou a fonte. Um dos maiores interesses da Argentina no setor é o de equilibrar o comércio de autopeças, principal responsável pelo déficit comercial bilateral. No ano passado, a Argentina teve um déficit de US$ 6,9 bilhões com autopeças, segundo dados do Ministério de Indústria argentino. O país quer que o novo acordo automotriz seja um verdadeiro “toma lá dá cá”, como o que começou a ser concretizado nesta semana, com os alimentos.

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(com Agência Estado)

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