Argentina anuncia que pagará US$ 3,5 bilhões a credores
Parcela refere-se apenas ao valor devido a investidores que aceitaram renegociar a dívida pública do país oriunda da moratória de 2001
O governo argentino pagará nesta sexta-feira 3,5 bilhões de dólares correspondentes a títulos de dívida pública que foi reestruturada após a moratória de 2001, informou nesta quinta-feira o ministro da Economia, Hernán Lorenzino.
“Apesar de todas as previsões pessimistas, a Argentina novamente cumpre seus compromissos, e vamos continuar cumprindo”, assegurou o ministro, em referência às previsões de uma suspensão técnica – isto é, uma moratória – de pagamentos que se espalharam pela imprensa local e internacional nos últimos dias.
Segundo Lorenzino, depois deste pagamento de 3,5 bilhões de dólares, o que a Argentina deve ao setor privado em moeda estrangeira ficará ‘abaixo de 9%’ do Produto Interno Bruto (PIB).
Risco de moratória – O pagamento desta parcela, que vence em 15 de dezembro, já era esperada. O que trouxe incerteza sobre a capacidade de pagamento do estado argentino foi uma decisão do juiz americano Thomas Griesa, do Tribunal Distrital de Nova York, em 21 de novembro. Ele havia decidido que o país teria de desembolsar um adicional de 1,3 bilhão de dólares aos credores de um fundo que não aceitaram negociar a dívida nacional. Também determinou que a parcela relativa aos credores que aceitaram a reestruturação da dívida não poderia ser paga isoladamente. Em outra palavras, ou Buenos Aires pagava a todos – o que implicaria um desembolso de quase 5 bilhões de dólares – ou não pagava ninguém.
O governo argentino recorreu. Em 28 de novembro, o Tribunal de Apelações do Segundo Circuito federal, também com sede em Nova York, determinou que a decisão de Griesa ficasse suspensa até o término da análise da apelação argentina. Esta corte fixou ainda um calendário para a entrega de documentos das partes em dezembro, janeiro e fevereiro, com uma apresentação de argumentos orais em 27 de fevereiro de 2013.
O pagamento anunciado nesta quinta-feira significa, portanto, que Buenos Aires, de fato, não pagará os 1,3 bilhão de dólares devidos a investidores que não quiseram negociar seus débitos relativos à moratória de 2001.
Cristina – A presidente argentina, Cristina Kirchner, comemorou nesta quinta o anúncio. “Os argentinos, contra todas as previsões e contra todas as manobras e estratégias que se desenvolveram de dentro e de fora para nos fazer fracassar, pagarão 3,5 bilhões de dólares de sua dívida”.
(com agência EFE)