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Ao FT, ‘fundo abutre’ afirma que sequer foi procurado pela Argentina

Em artigo publicado no jornal britânico, gestor Jay Newman diz que seu fundo está disposto dar mais prazo à Argentina, desde que o país se comprometa a assumir seus débitos

Por Da Redação
7 jul 2014, 17h17

Em artigo publicado nesta segunda-feira pelo jornal britânico Financial Times, o gestor Jay Newman, do fundo Elliott Management Corporation, contou seu lado do embate legal com a Argentina, que tenta evitar o pagamento integral dos bônus da dívida do país detidos pelo fundo. Newman comanda um dos chamados ‘fundos abutres’, que compraram papéis da dívida argentina após o calote da década de 2000 e não aceitaram a reestruturação da dívida nos anos de 2005 e 2010. Numa escolha legítima, em vez de aceitar a proposta do governo Kirchner, preferiram brigar na justiça pelo pagamento integral dos títulos – mesmo que eles tenham sido adquiridos por uma quantia bem inferior ao valor de face.

O que são fundos abutres?

Fundo abutre é um jargão do mercado financeiro usado para classificar fundos de hedge que investem em papéis de países que deram calote – atuam, em especial, na América Latina e na África. Sua atuação é perfeitamente legítima. O termo abutre foi criado para diferenciá-los dos fundos convencionais, justamente por trabalharem como ‘agiotas’ de países caloteiros, emprestando dinheiro em troca de ‘títulos podres’. São considerados pelo mercado uma espécie de ‘investidor de segunda linha’. Sua atuação consiste em comprar títulos da dívida de nações em default por valor irrisório para depois acionar o país na Justiça e tentar receber ganhos integrais. Os ‘abutres’ compraram os papéis da dívida argentina por 48,7 milhões de dólares em 2001 e querem receber, hoje, cerca de 1 bilhão de dólares. A Argentina, por sua vez, tenta escapar do pagamento. O país teme que, caso aceite pagar os ‘abutres’ integralmente, os 92% de credores que aceitaram a renegociação da dívida em 2005 e 2010 possam buscar na Justiça o direito de receber ganhos integrais. Neste caso, o pagamento poderia reduzir as reservas internacionais do país a praticamente zero. Outro agravante é que, devido ao histórico de calotes e decisões econômicas escandalosas do país, sua credibilidade para negociar com credores está fortemente abalada.

Segundo Newman, os representantes dos ‘fundos abutres’ tentaram negociar com o governo argentino por mais de 12 anos, antes de apelar para os meios legais. “Tentamos convencer a Argentina a deixar de lado o default de 2001 e negociar em boa-fé com os credores remanescentes de seus bônus em default. Eu viajei a Buenos Aires para tentar iniciar um diálogo. Mas nossos pedidos sempre foram ignorados”, afirma o gestor.

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Apesar de o ministro da Economia da Argentina, Axel Kicillof, ter afirmado à imprensa que pretendia negociar com os fundos, Newman afirma que, durante sua visita a Nova York, que ocorre precisamente nesta segunda-feira, não houve qualquer tentativa de encontrar-se com os fundos. “A Argentina afirma que não irá nem mesmo começar a conversar com os credores a não ser que a corte suspenda indefinidamente a decisão que impede o país de pagar suas dívidas sem que pague também os detentores dos bônus em default”, afirma.

A Elliott Management Corporation não está fechada à possibilidade de dar mais tempo à Argentina, diz o gestor em seu artigo. Para tanto, seria necessário um compromisso do país no sentido de cumprir suas obrigações legais. “Mas o silêncio da Argentina é ensurdecedor. Ela não aparenta seriedade sobre alcançar uma resolução conveniente de seus débitos”, diz.

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