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Ano deve terminar com pior oferta de crédito em 4 anos

Segundo economista, bancos restringem crédito para controlar a inadimplência

Por Da Redação
11 dez 2013, 08h20

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse recentemente que a restrição da oferta de crédito pode estar sendo um fator importante para um PIB mais fraco que o esperado neste ano. Os números e as pesquisas do Banco Central de fato mostram que 2013 caminha para fechar com o pior desempenho do crescimento do crédito dos últimos quatro anos. E mostram que, além da restrição da oferta – que tem afetado mais as empresas -, a demanda também começa a esfriar, principalmente pelo lado das famílias.

A taxa de crescimento do crédito ao consumo e para empresas foi de 2,2% até o mês de outubro, uma das mais baixas dos últimos oito anos, segundo dados da Federação do Comércio (Fecomércio-SP). O número leva em conta o crédito com recursos livres, ou seja, sem linhas com captação direcionada como as de crédito imobiliário. Essa base mostra que as famílias contrataram 10% mais crédito, em ritmo inferior a anos anteriores, e o desembolso para financiamento a empresas não só deixou de apresentar crescimento como caiu. Sem descontar a inflação, o crédito a pessoas jurídicas cresceu apenas 3,7%, em doze meses, até outubro.

A economista Zeina Latif, da Gibraltar Consulting, diz que os bancos, principalmente os privados, vêm restringindo o crédito desde 2011, com o objetivo de controlar a inadimplência. E isso de fato aconteceu, tanto que em 2013 o índice do crédito ao consumo caiu para 3,6%, um dos mais baixos dos últimos anos. A questão agora, segundo ela, é que as famílias não conseguiram reduzir a inadimplência em outras contas e por isso estão buscando menos crédito. “O endividamento está muito elevado. Há uma inflação incomodando e os ganhos salariais também ficaram mais modestos, então o consumidor se retrai”, diz Zeina.

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Movimentos – A pesquisa trimestral de crédito do Banco Central, feita com instituições financeiras, mostra que podem ser identificados dois movimentos entre um público e outro. Enquanto para as empresas a demanda foi maior do que a oferta, por outro a demanda por crédito ao consumo começou a cair e a oferta se manteve.

A expectativa é de que, para 2014, pelo fato de a inadimplência ter sido controlada neste ano, os bancos comecem a ampliar a oferta de uma importante linha de crédito: a de financiamento de automóveis. Esse tipo de crédito teve queda de 5% neste ano, reflexo da alta inadimplência em anos anteriores. Segundo economistas, com o ajuste dos bancos nessas carteiras, o financiamento para automóveis tende a crescer até 7% no próximo ano. Mesmo assim, a LCA prevê que, em geral, em 2014, haverá novo aperto.

O assessor econômico da Fecomércio, Altamiro Carvalho, diz que o crédito imobiliário cresceu mais de 30% neste ano e pode explicar em parte por que as famílias estão buscando menos crédito para consumo. Segundo ele, os números do BC mostram que os novos empréstimos têm crescido em ritmo mais forte do que o saldo da carteira, ou seja, as famílias estão pagando contas.

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(com Estadão Conteúdo)

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