Ana Botín tirou Brasil da liderança de resultados no grupo Santander
Filial britânica do banco, que era comandada pela filha de Botín, passou a ser principal fonte de dividendos para a instituição em 2014
Um dos grandes êxitos da nova presidente do Banco Santander, Ana Patrícia Botín, foi ter transformado a filial britânica, sob seu comando, na maior fonte de lucro do banco espanhol, à frente do Brasil, subsidiária que teve por vários anos o título de principal geradora de dividendos para a instituição. No primeiro semestre, o Brasil gerou 19% do lucro global do Santander e o Reino Unido, 20%. Um ano antes, o placar era diferente: brasileiros com 25% e britânicos com 13%.
A virada dos números é um dos resultados mais evidentes da gestão de Ana Patrícia, em Londres. Jason Napier, analista do setor bancário do Deutsche Bank, faz um balanço positivo dos quase quatro anos de administração da executiva. “O Santander Reino Unido tem divulgado ótimos números e é claro nos seus objetivos e indicadores”, resume.
Ana Patrícia foi nomeada presidente do Santander pelo Conselho de Administração do grupo, nesta tarde, após a morte seu pai, e ex-presidente, Emilio Botín, aos 79 anos. Em um comunicado, ela agradeceu a confiança do conselho da instituição. “Neste momento tão difícil para mim e para minha família, agradeço a confiança do Conselho de Administração e assumo com total compromisso minhas novas responsabilidades. Durante anos, tenho trabalhado no grupo Santander em diversos países e com diferentes responsabilidades e pude comprovar a enorme qualidade e dedicação das nossas equipes”, disse.
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Mais clientes – A executiva também foi responsável pela introdução de um novo tipo de relacionamento com os clientes, após o lançamento de uma conta que devolve em forma de bônus parte do dinheiro movimentado mensalmente. A iniciativa tem atraído clientes ao Santander e gerou alguma movimentação no segmento bancário de varejo no país.
Analistas costumam elogiar a energia da executiva em meio à predominância masculina no setor. Ana Patricia é considerada pela imprensa local a segunda ou a terceira mulher mais poderosa do Reino Unido. Críticos dizem que a executiva está sendo bem sucedida no esforço de ganhar mercado porque outros grandes concorrentes – como Royal Bank of Scotland, Barclays, Lloyds Bank e HSBC – ainda se recuperam do tombo levado na crise financeira e têm esse tema como prioridade.
(Com Estadão Conteúdo)