Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Alta do dólar deixa brasileiro ‘mais pobre’

Alta da moeda norte-americana impacta as compras do brasileiro no exterior, mas também influencia os preços de produtos consumidos no país

Por Da Redação
2 set 2013, 12h01

A alta do dólar em relação ao real nos últimos meses deixou o brasileiro �mais pobre�. Apesar de o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre, divulgado na última sexta-feira, ter ficado acima das expectativas, com alta de 1,5% sobre o trimestre anterior, o fato é que, em dólar, o brasileiro já perde poder de compra.

O PIB per capita, que mostra a divisão da criação de riqueza do país pelo número de habitantes, vem encolhendo. Depois de atingir o pico de 12.690 de dólares em 2011, caiu para 11.460 no ano passado. Os dados do segundo trimestre fizeram esse ganho voltar para a casa de 12 mil dólares.

Leia também:

Derivados do trigo já são impactados pelo dólar alto

Com dólar nas alturas, Tombini reafirma estabilidade do sistema financeiro

Segundo cálculo da analista Alessandra Ribeiro, da Tendências Consultoria Integrada, ao final de 2013, a cota de riqueza de cada brasileiro será de 10.920 de dólares, quase 5% abaixo do valor no final do ano passado – considerando-se um crescimento de 2,1% do PIB e uma taxa de câmbio de 2,40 reais. Será a primeira vez, desde 2009, que o resultado ficará abaixo de 11 mil dólares. Naquele ano, o PIB per capita foi de 8.470 dólares.

Continua após a publicidade

A queda na riqueza individual não é um mero efeito contábil. Na vida real, a cotação do dólar influencia – direta e indiretamente – o preço de uma série de produtos. Os importados exprimem a variação de maneira instantânea. Se há alta, como agora, o preço sobe na hora. Um iPad básico, na loja em Nova York, custa 499 dólares desde o lançamento pela Apple, em 2010. O turista brasileiro pagou o equivalente a 989 reais por ele em abril deste ano, quando o dólar estava abaixo de 2,00 reais, mas vai desembolsar 1.189 reais se quiser levá-lo hoje.

Insumos – Porém, não é preciso sair do país para ver o efeito do câmbio nos preços. Insumos e componentes importados estão embutidos numa incontável lista de produtos produzidos dentro das fronteiras. O Brasil importa mais da metade do trigo que consome, matéria-prima do pão francês, um dos principais alimentos do brasileiro. Além disso, apesar de as cervejas nacionais terem na composição misturas a base de milho e arroz produzidos no mercado interno, cerca de 40% dde seus ingredientes são importados.

Nos últimos meses, três dos sete ingredientes básicos utilizados na fabricação do pão francês tiveram alta: a farinha (18%), o açúcar (15% no acumulado, mas chegou a ter alta de 40%) e o fermento (10%).

No celular, o aparelho que está na mão de praticamente todos os brasileiros, 70% dos componentes são comprados com moeda estrangeira. De 2007 para cá, o chamado índice de penetração de importados, que mede a participação de insumos e componentes estrangeiros nas linhas de produção brasileiras, só aumentou. Nos produtos feitos a base de petróleo, passou de 11% para 21%. Nos têxteis, de 12% para 22%. Na metalurgia, foi de 13% para 20%.

“O câmbio pega de forma generalizada”, comenta o economista Juarez Rizzieri, professor da Universidade de São Paulo. “Assim, não apenas o consumidor fica mais pobre em dólar, mas também o empresário, que paga mais para importar e para investir.”

Continua após a publicidade

Leia também:

Dólar tem 4º mês de alta, apesar de forte ação do BC

O ‘dólar da virada’: saiba qual a cotação capaz de espantar as compras em Miami

(com Estadão Conteúdo)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.