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Alemães atacam protecionismo brasileiro em evento em SP

Presidente da CNI afirmou que Brasil não é protecionista - e jogou a acusação para a Alemanha

Por Naiara Infante Bertão
13 Maio 2013, 15h20

O protecionismo brasileiro foi o grande ponto de debates durante a abertura do Ano do Brasil na Alemanha, nesta segunda-feira, em São Paulo. A comitiva alemã parabenizou o Brasil pela eleição de Roberto Azevêdo para a presidência da Organização Mundial do Comércio (OMC). Essa, contudo, foi a deixa para os representantes da maior economia da União Europeia mbrarem o Brasil de que barreiras comerciais ainda precisam ser quebradas e o protecionismo deixado de lado para que os dois países possam aumentar o fluxo de comércio, que hoje se limita a 22 bilhões de dólares anuais.

“O protecionismo não é uma resposta à concorrência mais forte. O protecionismo é um perigo para a produtividade. Precisamos abrir mais caminhos para a interação do comércio mundial e esperamos que Azevêdo dê novos impulsos a isso”, disse Ulrich Grillo, presidente da BDI, entidade representante das indústrias da Alemanha no Brasil, em defesa de mais acordos bilaterais, especialmente entre União Europeia e Mercosul. Ingo Plöger, presidente do Conselho Empresarial da América Latina (Ceal), reforçou o discurso alemão e disse que é preciso ter cuidado com o protecionismo institucionalizado.

Rebatendo a crítica e partindo em defesa do governo brasileiro, o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson de Andrade, afirmou categoricamente que o país não é protecionista e prova disso é o déficit de mais de 6 bilhões de dólares da balança comercial brasileira em 2013, especialmente em máquinas e equipamentos. “O Brasil é sempre colocado como um país que protege sua indústria, mas a Alemanha é até mais protecionista que o Brasil”, provocou Andrade.

O debate se tornou ainda mais acalorado quando a secretária de Estado do Ministério da Economia e Tecnologia da Alemanha, Anne Ruth Herkes, perguntou ao governo brasileiro – representado na ocasião pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel – como o Brasil analisa sua inserção na economia global. “Queremos o Brasil como parceiro no comércio mundial e aumentar a parceria com os BRICs (grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). Por isso esperamos que o Mercosul e a União Europeia cheguem a um acordo bilateral ainda neste ano”, disse Anne.

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Em resposta, Pimentel reforçou que o Brasil é um país juridicamente seguro para investir, opinião exemplificada pelo aumento dos investimentos de empresas alemãs no Brasil. “Não vai ser por falta de segurança jurídica que vamos ter problema de interação com o mundo”, disse Pimentel. Além disso, reiterou que o Brasil sabe de sua potencialidade nas áreas agrícolas e minerais, que sempre será um grande país exportador e terá um papel importante como provedor de recursos para o mundo e isso implica “uma relação comercial de abertura com o resto do mundo”. Assim, ser protecionista é dar um “tiro no pé”. O desafio para ele é colocar a indústria brasileira no nível mais alto do mundo em termos tecnológico, ponto em que a Alemanha pode ajudar. Apesar de sustentar em seu discurso que o Brasil está otimista com a possibilidade de um acordo com a União Europeia no segundo semestre, ele diz que o país “vai ver” a proposta do bloco.

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