Petrobras desaba na bolsa de valores após queda no lucro
Ação da empresa chegou a ser negociada com desconto de 9,2%, mas fechou o dia com perda de 8,3%; desempenho no mercado de capitais foi o pior desde junho de 2012; cotação é a menor desde dezembro de 2005
O descontentamento com o desempenho operacional da Petrobras no ano passado ficou evidente nos negócios da bolsa de valores nesta terça-feira. A ação da empresa trocou de mãos cerca de 54 milhões de vezes, movimentação oito vezes maior do que a média diária de 2012. O ritmo intenso derrubou a cotação do papel, que liderou as perdas do dia na BM&FBovespa.
A ação ordinária (ON) da Petrobras desabou 8,3% e fechou o dia negociada a 16,60 reais. Foi a maior queda diária da ação desde junho do ano passado, o que levou sua cotação para o menor patamar desde dezembro de 2005. Na mínima, a queda chegou a 9,2%, a 16,44 reais. O Ibovespa recuou 0,22% (queda pelo segundo dia consecutivo), a 59.444 pontos, na contramão das bolsas externas. O giro financeiro do pregão foi de 8,94 bilhões de reais, ante média diária de 7,3 bilhões de reais em 2013.
Os analistas do mercado financeiro estavam receosos com o balanço da Petrobras. Esperavam um resultado ruim. Mas o que aconteceu foi pior: o lucro líquido de 21,2 bilhões de reais no ano passado foi 36% menor do que os 33,3 bilhões de reais de 2011. O resultado de 2012 é o menor desde 2004, quando a empresa registrou lucro líquido de 17,8 bilhões de reais.
Diante da necessidade de preservar caixa e manter investimentos, a estatal anunciou na noite da véspera dividendo de 0,47 real por ação ON e de 0,96 real por preferencial (PN). Nos últimos anos, a empresa pagou o mesmo valor em remuneração aos acionistas de ambas as classes de papéis.
“Isso mostra de fato falta capacidade para a companhia conseguir entregar resultado e distribuir dividendo”, avaliou a equipe de análise da XP Investimentos.
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(com Reuters)