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Sol passará por inversão de campo magnético

Apesar de ser um fenômeno normal, que ocorre aproximadamente a cada 11 anos, seus efeitos podem prejudicar as comunicações na Terra

Por Da Redação
Atualizado em 6 Maio 2016, 16h18 - Publicado em 8 ago 2013, 19h57

Em três ou quatro meses, o Sol passará por um fenômeno que ocorre a cada onze anos: a inversão de seus campos magnéticos. O processo, que coincide com um momento de maior intensidade na atividade solar, poderá afetar satélites e sistemas de comunicação na Terra, enfraquecendo os sinais de transmissão.

“Esta mudança terá repercussões em todo o sistema solar”, disse o físico solar Todd Hoeksema, da Universidade de Stanford, em um informe da Nasa, divulgado na última segunda-feira. Hoeksema é o diretor do Observatório Solar Wilcox, na Califórnia (EUA), um dos poucos observatórios do mundo que monitoram os campos magnéticos do Sol. Os equipamentos do local, que observaram o magnetismo polar da estrela desde 1976, registraram outras três inversões.

Esse fenômeno é uma parte regular do ciclo solar. “Os campos magnéticos polares do Sol enfraquecem, chegam ao zero, e depois aumentam novamente, com a polaridade oposta”, afirma Phil Scherrer, físico solar, também de Stanford.

Essa mudança pode ser explicada pelos processos que ocorrem no interior do Sol, em uma camada denominada zona de convecção, onde o campo magnético é gerado. Luís Eduardo Vieira, pesquisador da divisão de geofísica espacial do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), explica que o fenômeno é causado pela movimentação de gás no interior do Sol. “Esse movimento acaba carregando consigo o campo magnético, que fica preso ao gás. Dessa forma, o campo magnético dos polos é ‘puxado’ para fora, enquanto o campo oposto vai se acumulando, até que ocorra a inversão”, explica o pesquisador.

Efeitos – A inversão que deve ocorrer nos próximos meses vai coincidir com um período de maior atividade do Sol, conhecido como máximo solar. Esse fenômeno faz com que a folha de corrente do sol fique mais ondulada. “Acima do equador do Sol existe um campo magnético com uma polaridade, e abaixo do equador a polaridade é oposta. Então, na região central, é como se existisse uma folha, separando os dois hemisférios”, explica Vieira. Ao girar junto com o Sol, essa folha cria ondulações, que são mais acentuadas nos períodos em que a atividade solar é mais intensa.

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Ao orbitar ao redor do Sol, a Terra atravessa essas ondas, o que pode criar perturbações nos fenômenos meteorológicos do espaço nas proximidades da Terra. Além disso, o fato de o Sol estar em um período de maior intensidade pode colaborar para que ocorram ejeções de massa coronal, ou seja, bolhas de gás que saem do Sol e se aproximam dos planetas.

Na Terra, o impacto desses dois fenômenos pode afetar satélites e sistemas de comunicação. “A mudança de campo magnético do Sol é uma reestruturação. É como se um ímã fosse virado de cabeça para baixo. Já as bolhas de energia liberadas nessa fase de maior atividade solar têm um maior potencial de influenciar a Terra”, explica José-Dias do Nascimento, professor de astrofísica do departamento de física teórica e experimental da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e pesquisador visitante na Universidade Harvard, nos EUA.

Segundo o pesquisador, essa grande quantidade de energia proveniente do Sol pode enfraquecer, e às vezes até mesmo impedir, a transmissão de ondas meios de comunicação, principalmente rádio e televisão. “É um fenômeno que vem ocorrendo há algum tempo, mas os instrumentos têm evoluído muito, de forma que a gente tem conseguido prever seu aproximação. Antes éramos pegos de surpresa”, afirma Nascimento.

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(Com Agência Efe)

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