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Rejeitada, mosca compensa falta de sexo com álcool

Pesquisa mostra que machos em abstinência sexual procuram recompensa fisiológica no álcool, chegando a consumi-lo até quatro vezes mais

Por Da Redação
Atualizado em 6 Maio 2016, 16h42 - Publicado em 16 mar 2012, 14h03

Quando rejeitadas por suas fêmeas, moscas drosófilas (Drosophila melanogaster) do sexo masculino tentam compensar a falta de sexo com álcool. A conclusão é de um estudo da Universidade da Califórnia, em São Francisco, nos Estados Unidos, publicado na edição de 16 de março da revista Science.

CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Sexual Deprivation Increases Ethanol Intake in Drosophila

Onde foi divulgada: revista Science

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Quem fez: G. Shohat-Ophir, K. R. Kaun, R. Azanchi e U. Heberlein

Instituição: Universidade da Califórnia, em São Francisco, Estados Unidos

Dados de amostragem: 24 moscas da espécie Drosophila melanogaster do sexo masculino

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Resultado: quando privadas de sexo, moscas tendem a ingerir quatro vezes mais álcool para recompor os níveis de uma substância chamada neuropeptídeo F, associada ao sistema de recompensa do cérebro.

Os cientistas já sabiam dos mecanismos de recompensa fisiológica disparados no cérebro tanto pelo álcool como por sexo. Os pesquisadores liderados pela neurocientista Galit Shohat-Ophir resolveram então descobrir se os dois tipos de recompensas estavam ligados no cérebro. “A princípio, este era apenas um experimento inusitado”, conta Galit. “Nós não esperávamos ver resultados tão dramáticos.”

No estudo, 24 moscas do sexo masculino foram separadas em dois grupos. Metade conviveu com fêmeas em fase de acasalamento, e a outra metade, com fêmeas não receptivas. Depois de quatro dias de teste, todas as 24 moscas macho foram transferidas para novos recipientes, contendo dois tipos de alimentos, com e sem álcool. Os insetos tinham a liberdade de escolher qual alimento iriam consumir. Os pesquisadores esperavam que todas as moscas fossem preferir o álcool, mas não foi isso que encontraram. “Foi possível notar que os machos que acasalaram tinham aversão aos alimentos com álcool”, diz Galit. “Já as moscas rejeitadas, que não cruzaram, tinham preferência por substâncias alcoólicas”.

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Em média, os machos que não acasalaram consumiram quatro vezes mais álcool do que os que não foram rejeitados. Os pesquisadores descobriram, então, que uma substância chamada neuropeptídeo F (NPF), relacionada ao sistema de recompensa do cérebro, tinha um importante papel nessa ligação. Ao medir o nível de NPF nos cérebros das moscas, os cientistas perceberam que os machos rejeitados tinham metade da quantidade considerada natural. E quanto menor esse nível, maior a chance de que a mosca recorresse ao álcool. “Nossos resultados certamente não se traduzem diretamente das moscas para os humanos, mas criam questões e sugerem futuros estudos”, conclui a neurocientista Galit.

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