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Pesquisa reforça tese de que dinossauros tinham sangue quente e metabolismo acelerado

Marcas de ossos que até então apareciam só em répteis indicando baixa na taxa do metabolismo foram encontradas em mamíferos

Por Da Redação
Atualizado em 6 Maio 2016, 16h31 - Publicado em 29 jun 2012, 17h13

As evidências de que os dinossauros tinham metabolismo semelhante ao dos répteis, como sugerem algumas linhas de pesquisa, estão sendo derrubadas pouco a pouco e a teoria de que eles tinham sangue quente e metabolismo acelerado vem ganhando cada vez mais força.

Até então se acreditava que os dinossauros eram ectotérmicos, ou seja, não tinham o controle da temperatura do próprio corpo. Essa teoria era baseada nas evidências de fósseis de dinossauros, que apresentam marcas indicando que eles paravam de crescer quando havia condições adversas, como o frio ou a falta de comida.

Saiba mais

HOMEOTÉRMICO

Também chamado de endotérmico, são animais que têm temperatura constante, sem dependência do ambiente. São chamados de “animais de sangue quente”, como mamíferos e aves. A temperatura é regulada por meio de processos metabólicos.

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ECTOTÉRMICO

Também chamados de pecilotérmicos, são animais que não controlam a temperatura interna do corpo e ficam vulneráveis ao ambiente. A taxa metabólica é baixa. É o caso de peixes, anfíbios e répteis.

Mas uma pesquisa divulgada pela revista Nature traz uma forte evidência que coloca em xeque a tese de ectotermia para os dinossauros – e a revelação veio por meio dos mamíferos. A pesquisa, conduzida pela paleontologista Meike Köhler, do Instituto Catalão de Pesquisas e Estudos Avançados, mostrou que até mesmo os mamíferos, que são homeotérmicos (têm temperatura corporal constante), possuem as marcas de desenvolvimento sazonais nos ossos, chamadas de LAGs. A sigla vem da expressão em inglês ‘Lines of Arrested Growth’, que são sinais formados em períodos do ano quando o metabolismo desacelera, deixando os ossos mais densos. Foram analisados mamíferos de diversas partes do mundo, dos trópicos aos polos. Em todos esses habitats eles apresentam as marcas nos ossos. “Isso significa que as LAGs não são mais argumento para dizer que os dinossauros são ectotérmicos”, disse Köler. O anatomista John Hutchinson, do Colégio Real de Veterinária, de Londres, disse que o estudo derruba a tese de que mamíferos não podem ter as LAGs como parte natural do desenvolvimento. Para Luiz Eduardo Anelli, especialista em dinossauros e autor do livro Dinos no Brasil,a pesquisa derruba um dos questionamentos que havia quanto ao metabolismo dos dinossauros. Segundo ele, além desta pesquisa, já havia outras evidências de que esses animais poderiam ter o sangue quente.

Opinião do especialista

Luiz Eduardo Anelli

Professor-doutor do instituto de Geociências da USP, especialista em dinossauros e autor do livro Dinos no Brasil.

O resultado da pesquisa é surpreendente. As linhas de crescimento sazonais, conhecidas como LAGs, eram consideradas exclusividade dos répteis e plantas que, durante o inverno, quando há escassez de alimento, param de crescer. Como os mamíferos se mantêm ativos durante todo o ano, não se acreditava que eles teriam esse padrão de crescimento.

Entretanto, antes desse estudo já havia evidências de que muitas espécies de dinossauros poderiam apresentar homeotermia, já que alguns viviam em regiões polares. Se essa dúvida for sanada, confirmando a homeotermia, muito sobre a vida desses animais terá que ser rediscutido.

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