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Idade em que se aprende 2º idioma influencia estrutura cerebral

Quanto mais especializado o cérebro se torna na língua materna, mais difícil é aprender um novo idioma

Por Da Redação
Atualizado em 6 Maio 2016, 16h17 - Publicado em 6 set 2013, 12h03

A idade em que uma criança aprende um segundo idioma pode influenciar sua estrutura cerebral na idade adulta. É o que mostra um estudo de pesquisadores da Universidade McGill, no Canadá, e da Universidade de Oxford, na Grã-Bretanha.

CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Age of language learning shapes brain structure: A cortical thickness study of bilingual and monolingual individuals

Onde foi divulgada: periódico Brain and Language

Quem fez: Denise Klein, Kelvin Mok, Jen-Kai Chen e Kate E. Watkins

Instituição: Universidade McGill, no Canadá, e Universidade de Oxford, no Reino Unido

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Dados de amostragem: imagens de ressonância magnética de 66 indivíduos bilíngues e 22 monolíngues

Resultado: Os pesquisadores concluiram que a idade com a qual uma criança aprende um segundo idioma pode influenciar a sua estrutura cerebral.

Os pesquisadores concluíram pessoas que aprendem um ou dois idiomas desde o nascimento têm um desenvolvimento cerebral parecido, enquanto aqueles que aprendem uma segunda língua mais tarde na infância, depois dos três anos de idade, quando a língua materna já foi adquirida, têm a estrutura cerebral modificada por esse aprendizado. “Nosso trabalho mostra que a estrutura do cérebro muda como resultado da nossa experiência com idiomas, assim como os músculos ou outras partes do corpo podem mudar a partir de uma experiência específica”, disse Kate Watkins, uma das autoras do estudo, ao site de VEJA. A pesquisa foi publicada no final de junho na edição online do periódico Brain and Language.

Mudança estrutural – A equipe utilizou um programa de computador desenvolvido na própria Universidade McGill para analisar, por meio de imagens de ressonância magnética, a estrutura cerebral de 66 indivíduos bilíngues e 22 monolíngues. Os resultados mostraram que, nas pessoas que aprenderam a segunda língua após adquirirem proficiência no idioma materno, o giro frontal inferior, área do cérebro relacionada à produção e compreensão da fala, apresenta alterações: o lado esquerdo se torna mais espesso, enquanto o giro frontal inferior direto fica mais fino.

Segundo os autores, o fato de o lado esquerdo ser mais espesso pode indicar que essa região não passou pelo afinamento característico da maturação do cérebro. “Ou a sua maturação foi atrasada ou as conexões excessivas não foram ‘aparadas,’ porque elas estão dando suporte para a segunda língua, adquirida mais tarde”, afirma Denise Klein, principal autora do estudo.

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Assim, quanto mais tarde na infância uma pessoa aprender um segundo idioma, maiores as mudanças estruturais nessa região cerebral. “Independentemente de serem uma, duas ou mais línguas, nosso estudo mostra que a idade [em que elas são aprendidas] é o fator crucial para determinar como a estrutura do cérebro será alterada”, afirma Kate.

As autoras reforçam que aprender outro idioma é bom para o cérebro em qualquer idade, porém quanto maior a idade de uma pessoa, sua eficiência para adquirir esse conhecimento tende a ser menor. “Isso pode acontecer porque o cérebro já se tornou altamente especializado na sua língua materna, o que torna mais difícil utilizar essa arquitetura para produzir um idioma diferente”, explica Denise.

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