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2014 pode ser o ano mais quente de que se tem registro

Marca se deve em boa parte à temperatura elevada da superfície dos oceanos, segundo dados da Organização Meteorológica Mundial, da ONU

Por Da Redação
Atualizado em 6 Maio 2016, 16h08 - Publicado em 3 dez 2014, 19h18

Este ano está prestes a se tornar o mais quente de que se tem registro, afirmou a Organização Meteorológica Mundial (OMM), da ONU, nesta quarta-feira. O calor recorde se deve, principalmente, às altas temperaturas registradas na superfície dos oceanos, que, provavelmente, continuarão elevadas até o fim de dezembro. A OMM aponta que o aquecimento é um fator de desequilíbrio do clima mundial, podendo provocar inundações e secas extremas, de que é exemplo a estiagem em São Paulo, segundo a entidade.

De acordo com dados divulgados pela OMM na Conferência Climática das Nações Unidas, a COP 20, a temperatura média global nos dez primeiros meses deste ano ficou 0,57 grau Celsius acima da média de 14 graus Celsius entre 1961 e 1990, período usado como referência pela agência da ONU. Considerando-se apenas o padrão dos últimos dez anos, a média foi 0,09 grau Celsius maior.

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Se a temperatura global se mantiver elevada, 2014 será mais quente que 2010, 2005 e 1998, até agora os anos mais quentes. Contando com 2014, 14 dos 15 anos mais quentes da história pertencem ao século XXI. Os registros de temperaturas globais confiáveis datam de aproximadamente 1850.

“O que vimos neste ano é consistente com o que esperamos de um clima em mudança”, disse Michel Jarraud, secretário-executivo da OMM, em comunicado. “Emissões recorde de gases-estufa associadas às concentrações de gases na atmosfera estão levando o planeta para um futuro incerto e inóspito.”

No mês passado, a Agência Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA) já havia afirmado que os dez primeiros meses de 2014 foram os mais quentes do planeta desde o início dos registros de temperatura em 1880.

Seca em São Paulo – As altas temperaturas tiveram um impacto severo em todo o mundo, e a OMM usa a capital paulista para exemplificar o que pode acontecer em outros lugares. “A cidade de São Paulo foi particularmente afetada por uma severa falta de água. Partes do Nordeste e algumas áreas do centro do Brasil estão em um estado de seca severa que já se estende por mais de dois anos”, diz o comunicado. Também há seca na China, na Austrália e no Canadá e em Estados americanos, como Califórnia, Nevada e Texas, a quantidade de chuva foi inferior a 40% da média registrada entre 1961 e 1990.

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Se, no segundo semestre, faltou água em São Paulo, em maio as chuvas superaram as médias anuais em 250% no Paraguai, no sul da Bolívia e em partes do Sul e Sudeste do Brasil. O Rio Paraná transbordou, com 200 000 moradores da região afetados, principalmente no Paraguai. Buenos Aires, na Argentina, também sofreu com as fortes chuvas. Na Grã-Bretanha, foram doze tormentas e o inverno mais chuvoso já registrado, 177% acima da média. Em maio, inundações atingiram 2 milhões de pessoas nos Balcãs, além de milhões de outros no Paquistão e em Bangladesh. Na Turquia, as chuvas chegaram a ser 500% superior à média anual. Em setembro, o sul da França registrou maiores chuvas desde anos 1950.

Efeito estufa – O calor intenso registrado nos oceanos está ligado à concentração recorde de gases de efeito estufa na atmosfera. De acordo com OMM, os oceanos absorvem 93% da energia em excesso na atmosfera. O resultado disso é o degelo de placas inteiras nos dois polos do planeta. No dia 17 de setembro, o gelo no Ártico chegou a 5,02 milhões de quilômetros quadrados, o sexto menor da história.

Apesar de todos os esforços internacionais, a OMM alerta que a concentração de gás carbônico, metano e outros gases segue aumentando. No caso do gás carbônico, a taxa é de 142% acima da era pré-industrial. A elevação entre 2012 e 2013 foi a maior jamais registrada em apenas um ano.

(Com Reuters e Estadão Conteúdo)

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