Nasa testa nova cápsula para missões espaciais tripuladas
Voo de teste da Orion é considerado primeiro passo de uma futura expedição a Marte
A cápsula Orion, da Nasa, fará seu primeiro teste de voo na quinta-feira. Com investimento de bilhões dólares, a missão tem o objetivo de preparar o retorno dos Estados Unidos às viagens espaciais tripuladas, limitadas à órbita terrestre desde a última expedição lunar, há 42 anos.
A Orion foi criada para levar astronautas a destinos ainda não explorados, que incluem visitas a um asteroide e a Marte, apesar de os planos ainda não estarem muito bem definidos. O lançamento está previsto para as 10h05 (horário de Brasília), na base de Cabo Canaveral, na Flórida, a bordo do foguete Delta IV.
As previsões meteorológicas indicam nesta quarta-feira 70% de probabilidade de clima favorável para o voo, embora a possibilidade de temporais e ventos tragam dúvidas. A janela de lançamento ficará aberta por duas horas e 39 minutos.
No voo de teste, a sonda vai dar duas voltas ao redor da Terra, percorrendo mais de 96.000 quilômetros e atingindo altitude de 5.800 quilômetros, cerca de catorze vezes a distância da Estação Espacial Internacional (ISS) em relação à Terra. O pouso ocorrerá cerca de quatro horas e meia depois, no oceano Pacífico.
Durante a descida de volta ao planeta, a nave vai ultrapassar os 32.000 quilômetros por hora, gerando temperaturas de até 2.200 graus Celsius – 80% da temperatura que seria atingida por uma missão lunar.
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Mudança de objetivo – Inicialmente, a cápsula Orion deveria levar astronautas americanos de volta à Lua, como parte do programa Constellation da Nasa, mas a missão foi cancelada pelo presidente Barack Obama, em 2010.
A agência espacial americana resgatou, então, o design da cápsula, na qual investiu 4,7 bilhões de dólares de 2005 a 2009, e a destinou a enviar humanos a um asteroide ou a Marte nas próximas décadas.
Retomada – A Nasa ficou sem recursos para enviar astronautas à órbita da Terra desde que aposentou, em 2011, sua frota de ônibus espaciais. Atualmente, os astronautas americanos dependem das naves russas Soyuz para ir e voltar da ISS.
O voo de testes do Orion “é o mais importante que a agência espacial terá feito este ano”, disse William Hill, encarregado de desenvolvimento dos sistemas de exploração da Nasa.
Os críticos do projeto Orion, que também incluiu a construção dos foguetes mais poderosos do mundo (Space Launch System, SLS), condenam seu custo e a falta de atenção do governo com problemas verdadeiramente importantes.
(Com Agência France-Presse)