Missão Rosetta: veja os ‘fogos de artifício cósmicos’ do cometa
Cometa 67P expeliu potentes jatos vindos do interior que podem ajudar os cientistas a desvendar sua formação e composição
A Agência Espacial Europeia (ESA) divulgou as imagens da maior aproximação do cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko do Sol, que ocorreu na última quarta-feira (12). Ao chegar perto da estrela, o cometa que recebeu o robô Philae, levado pela sonda Rosetta no pouso histórico de novembro do ano passado, expeliu o que os cientistas têm chamado de “fogos de artifício cósmicos”: partes do núcleo e da superfície ejetados em potentes explosões. Para os astrônomos, esse é um momento chave da missão, pois diversas propriedades químicas e físicas podem ser alteradas pela forte iluminação solar a que o cometa foi submetido. A sonda Rosetta captou o material vindo do cometa, que será futuramente analisado pelos astrônomos.
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Altas temperaturas – O periélio, nome científico para a posição mais perto do Sol, foi alcançado às 23h03 (horário de Brasília) da quarta-feira, enquanto o cometa viajava a 120 000 quilômetros por hora. Ele estava a 186 milhões de quilômetros da estrela, distância suficiente para que o calor provocasse fortes jatos de gás testemunhados por Rosetta, que orbita o cometa a cerca de 300 quilômetros. Ela está sobrevoando o 67P a uma altitude tal que seus instrumentos são capazes de captar a atividade do cometa sem serem obscurecidos pelo gás e poeira cósmica que, agora, fazem uma espécie halo volátil ao redor da superfície.
Devido à aproximação do Sol, a temperatura do cometa está aumentando – dos 70 graus Celsius negativos em agosto do ano passado deve chegar a 30 graus Celsius até setembro. Nesse período, a quantidade de água que está saindo dele aumentou 1 000 vezes. Agora, por segundo, o cometa agora lança ao espaço 300 quilos de água, quantidade suficiente para encher uma piscina olímpica a cada duas horas e meia, de acordo com cálculos dos cientistas.
As explosões, contudo, podem ser um perigo para o robô Philae, que permanece em algum lugar escuro da superfície do cometa. Ele voltou a enviar dados em junho, mas está em silêncio desde o último mês. De acordo com Barbara Cozzoni, engenheira de operações de Philae, os jatos d’água não são capazes de empurrar o robô para fora do 67P, mas podem impulsioná-lo para uma posição ruim. A equipe de astrônomos está trabalhando em uma maneira de enviar comandos para a sonda para obter novas informações caso isso aconteça.
Rosetta deve acompanhar o cometa até setembro 2016, quando os controladores da missão planejam terminar a missão voando mais baixo, para coletar o máximo de dados, ou mesmo fazendo com que a sonda Rosetta pouse no cometa.
(Da redação)