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Grupo da ONU propõe plano para detectar asteroides

Plano prevê a criação de uma rede internacional para a detecção de asteroides potencialmente perigosos e de uma coordenação para responder a possíveis desastres

Por Da Redação
Atualizado em 6 Maio 2016, 16h23 - Publicado em 15 fev 2013, 08h46

Pela primeira vez um grupo de trabalho das Nações Unidas propôs um plano de coordenação internacional para detectar asteroides potencialmente perigosos e, em caso de risco para a Terra, preparar uma missão espacial com capacidade para desviar sua trajetória.

“O risco de que um asteroide se choque contra a Terra é extremamente pequeno, mas, em função do tamanho do asteroide e do local do impacto, as consequências podem ser catastróficas”, indica um relatório entregue esta semana aos Estados-membros por parte do Escritório da ONU para o Espaço Exterior (Unoosa). O relatório de 15 páginas se chama ‘Recomendações da Equipe de Ação sobre Objetos Próximos à Terra para uma Resposta Internacional à Ameaça de um Impacto’, e foi elaborado por um grupo de trabalho criado em 2007 em Viena.

“Atualmente são conhecidos cerca de 20.000 asteroides próximos à Terra, dos quais aproximadamente 300 são potencialmente perigosos,” explica o diretor do grupo de trabalho que redigiu o documento, o mexicano Sergio Camacho. Até 2020, o analista prevê que será detectado até meio milhão de asteroides próximos a nosso planeta graças à melhora da tecnologia de localização. “São objetos que estão por aí, mas não sabemos onde”, ressalta.

O asteroide DA14, de cerca de 40 metros de diâmetro, e que passará nesta sexta-feira muito perto da Terra, “provavelmente teria poder para destruir toda a região metropolitana de Londres, por exemplo”, destaca o analista. “Ao contrário do que ocorre com os terremotos, os furacões e outros perigos naturais, em relação aos asteroides podemos fazer algo, sobretudo se os encontramos com muita antecipação”, sustenta.

Rede internacional – O documento considera ‘prudente e necessário’ estabelecer critérios e planos de ação para não perder tempo em ‘debates prolongados’ dado que uma missão espacial para desviar um asteroide requer de muito tempo e ‘o disponível antes do impacto previsto pode ser pouco’. Também recomenda estabelecer uma rede internacional para detectar os asteroides em rumo de colisão com a Terra o mais rápido possível, e fixar claros procedimentos de atuação.

O relatório destaca que já existem os recursos financeiros para esta rede, mas que é preciso “um centro de troca de informações reconhecido internacionalmente.” Além disso, recomenda aos Estados com organismos espaciais “criar um grupo assessor para o planejamento de missões espaciais”, que receberia o apoio da ONU em nome da comunidade internacional. O grupo estaria encarregado de estudar fórmulas para “a defesa do planeta” com “uma capacidade de desvio eficaz.”

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Por último, o relatório recomenda estabelecer um planejamento e coordenação para responder a possíveis desastres no caso de não se poder detectar um impacto de asteroide pelas atuais limitações tecnológicas.

“Talvez não se possam detectar objetos de entre 30 e 300 metros de diâmetro nem de emitir alertas de impacto a tempo, por isso é preciso contar com planos de resposta semelhantes a outros grandes desastres naturais”, adverte.

O documento não menciona nenhum projeto concreto, como a Missão Don Quixote, um plano desenvolvido por empresas espanholas e selecionado pela Agência Espacial Europeia (ESA), que propõe o envio de duas sondas, uma para impactar contra o asteroide e outra para calcular se se conseguiu desviar a trajetória.

Opções – Segundo Camacho, uma possível missão dependeria do tamanho, da velocidade e da proximidade do objeto espacial. No caso de um corpo espacial descoberto a tempo, seria possível acoplar um satélite artificial que variaria pouco a pouco seu rumo, enquanto outra modalidade seria que um veículo espacial impactasse contra o asteroide. “E se não houver tempo, deveria se utilizar algum tipo de dispositivo nuclear” que explodisse parte do asteroide para desviar ou desacelerar sua trajetória, mas sem fragmentá-lo.

Camacho considera que o custo econômico de desenvolver o plano de ação não deveria constituir um problema. “Se for comparado o prejuízo que o impacto de um asteroide em uma zona urbana pode causar com o custo de um lançamento (espacial), não é nada”, ressalta.

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O documento ainda pode sofrer alterações antes de ser adotado, até o próximo dia 22, por uma subcomissão científica em Viena, e em junho, pela Comissão da ONU sobre a Utilização do Espaço Ultraterrestre com Fins Pacíficos.

Então será submetido a votação, em outubro, na Assembleia Geral das Nações Unidas, segundo detalha o especialista mexicano, que acredita que o documento não sofrerá grandes alterações.

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(Com Agência EFE)

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