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Estudo mostra que o cérebro não é completamente ‘enganado’ por ilusão de ótica

Enquanto a percepção visual pode ser confundida por este artifício, o sistema motor age de forma independente

Por Da Redação
Atualizado em 6 Maio 2016, 16h19 - Publicado em 26 jun 2013, 09h27

A ilusão de ótica é um fenômeno conhecido, no qual algumas imagens “enganam” o cérebro, alterando a percepção dele sobre algo. Porém um novo estudo, realizado no Canadá, mostra que mesmo diante desse tipo de situação, o cérebro não é completamente enganado. Os resultados foram publicados na edição de junho do periódico Psychological Science.

CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Connecting the Dots – Object Connectedness Deceives Perception but Not Movement Planning

Onde foi divulgada: periódico Psychological Science

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Quem fez: Jennifer L. Milne, Craig S. Chapman, Jason P. Gallivan, Daniel K. Wood, Jody C. Culham e Melvyn A. Goodale

Instituição: Universidade de Western Ontario e outras instituições

Dados de amostragem: 23 voluntários

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Resultado: Os pesquisadores descobriram que, embora a ilusão de ótica possa “enganar” o cérebro visualmente, fazendo os participantes subestimarem a quantidade de objetos em uma tela, o sistema motor, responsável pelo planejamento dos movimentos, age levando em consideração o número real de objetos, sem influência da ilusão de ótica.

A pesquisa se baseou em uma ilusão de ótica que faz com que as pessoas subestimem a quantidade de objetos em um espaço. Durante os testes, foi apresentada aos participantes uma tela com uma série de bolinhas com tracinhos de um lado, e bolinhas ligadas em pares do outro lado. Eles não sabiam, porém, que havia o mesmo número de bolinhas de cada lado da tela, e a ilusão provocada pela ligação entre eles fez com que os participantes testados afirmassem que o lado com as ligações tinha menos bolinhas do que o outro.

Resposta rápida – Comprovado o efeito da ilusão de ótica, os pesquisadores pediam aos participantes para tocar a bolinha da tela que aparecesse preenchida de preto. Porém, só depois que os participantes começavam a mover a mão em direção à tela é que um dos círculos aparecia em preto. “Nós fizemos os participantes iniciarem o movimento antes que eles soubessem para onde estavam se movendo”, disse ao site de VEJA Jennifer Milne, pesquisadora da Universidade de Western Ontario e líder do estudo.

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Jennifer Milne e Melvyn Goodale

Ilusão ()

Ilusão de ótica utilizada no estudo

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Quando o círculo preto aparecia, cada participante deveria tocá-lo o mais rápido possível. Para demonstrar que a ação estava sendo guiada pelo sistema motor, responsável pelo planejamento de movimentos, e não por decisões conscientes, os participantes deveriam cumprir a tarefa muito rapidamente – em menos de um segundo.

Nesse tipo de situação, quando o movimento começa antes de o alvo aparecer, a estratégia utilizada pelo sistema motor é fazer um movimento que tenda para o lado no qual o “alvo” (círculo preto) tem mais chances de surgir – ou seja, o lado que tem mais círculos. Se a ilusão de ótica fez com que os participantes acreditassem que um lado ( aquele com as ligações) apresentava menos bolinhas do que o outro, seria de se esperar que trajetória da mão dos participantes tendesse para esse outro lado, sem as ligações.

“O sistema motor prepara um plano de movimento para cada um dos possíveis alvos. Como ele ainda não sabe onde o alvo vai aparecer, o movimento tende a ir para o lado onde há mais elementos, simplesmente porque as chances de o círculo preto aparecer lá é maior”, explica Jennifer.

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Porém, o que os pesquisadores observaram é que, apesar da ilusão de ótica, o movimento continuava tendendo para o centro. Isso significa que, apesar de a visão ter sido “enganada”, acreditando que um lado tinha menos bolinhas do que outro, o sistema motor “sabia” que na verdade havia o mesmo número dos dois lados, e agiu independentemente da ilusão.

De acordo com a pesquisadora, esses resultados indicam que os processos cerebrais da percepção são distintos daqueles responsáveis pelas ações guiadas visualmente. “Esse experimento nos permitiu separar esses dois processos, que normalmente se desenvolvem ao mesmo tempo”, afirmou a autora.

Para Jennifer, os resultados dessa pesquisa podem influenciar também a área de robótica e a programação de inteligência artificial, uma vez que ajudam a esclarecer o processamento de informações no cérebro humano.

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