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Embrião gerado a partir de três doadores pode nascer sem doenças hereditárias

Pesquisa feita nos Estados Unidos mostrou que método funciona em óvulos humanos

Por Da Redação
Atualizado em 6 Maio 2016, 16h25 - Publicado em 25 out 2012, 20h25

Uma equipe internacional de cientistas gerou um embrião a partir do DNA de três doadores – duas mulheres e um homem – com o objetivo de desenvolver um método que permita que os bebês, no futuro, nasçam sem doenças hereditárias. O trabalho, desenvolvido na Universidade de Oregon, nos Estados Unidos, e publicado nesta quarta-feira na revista Nature, representa uma nova e controversa técnica de fertilização in vitro. Nele, os pesquisadores conseguiram substituir um DNA defeituoso da mitocôndria, estrutura produtora de energia para a célula, por outro saudável em óvulos humanos, um avanço que pode ajudar a evitar a aparição de doenças de herança materna.

CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Towards germline gene therapy of inherited mitochondrial diseases

Onde foi divulgada: revista Nature

Quem fez: Masahito Tachibana, Paula Amato, Michelle Sparman, Joy Woodward, Dario Melguizo Sanchis, Hong Ma, Nuria Marti Gutierrez, Rebecca Tippner-Hedges, Eunju Kang, Hyo-Sang Lee, Cathy Ramsey, Keith Masterson, David Battaglia, David Lee, Diana Wu,Jeffrey Jensen, Phillip Patton, Sumita Gokhale, Richard Stouffer e Shoukhrat Mitalipov

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Instituição: Universidade de Oregon, Estados Unidos

Resultado: Gerar um embrião a partir de três doadores (um homem e duas mulheres) pode evitar que mães transmitam doenças hereditárias ligadas a mitocôndrias defeituosas

Cerca de uma em cada 4.000 crianças tem algum defeito mitocondrial, que pode desencadear doenças raras e graves, como a deficiência de carnitina, condição que impede que o organismo utilize a gordura como fonte de energia. Um DNA mitocondrial defeituoso também está relacionado a doenças mais comuns, como Parkinson e esclerose múltipla. Como a mitocôndria possui DNA próprio, que é herdado apenas da mãe, substituir as células deficientes dos óvulos de mães que apresentam um maior risco de transmitir determinadas doenças pode ser uma forma de garantir a saúde dos bebês.

Foi nessa hipótese que a equipe, liderada pelo cientista japonês Masahito Tachibana, pensou ao iniciar os estudos em torno da nova técnica de fertilização in vitro. Em 2009, nasceu o primeiro filhote do estudo, a macaca Chrysta, cujo embrião foi fecundado por três doadores.

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Núcleo substituído – O procedimento feito entre os animais foi o mesmo aplicado em óvulos humanos. Nele, o núcleo celular (que contém 99% das características de uma pessoa) de um óvulo com mitocôndrias defeituosas, doado pela mãe, é retirado. Depois, ele é inserido em um óvulo de outra doadora que tem mitocôndrias saudáveis, mas cujo núcleo foi retirado. Assim, a célula une quase todas as características da mãe, mas 1% de características da segunda doadora – incluindo as mitocôndrias saudáveis. O embrião, então, estaria livre das doenças que, de outro modo, lhe seriam transmitidas por sua progenitora, segundo explicou Shoukhrat Mitalipov, um dos autores do estudo, em entrevista coletiva.

De acordo com os autores, o método precisa ser ajustado para que sua eficiência aumente e para que as autoridades de saúde aprovem a técnica. “Mas o método está pronto para a prática clínica. Vocês podem esperar a primeira criança saudável a nascer com este método dentro de três anos”, disse Mitalipov.

(Com agência EFE)

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