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Derretimento das calotas polares ocorre em ritmo acelerado

Mais completo estudo já realizado mostra que o degelo contribui cada vez mais para o aumento do nível do mar. Groenlândia tem a pior situação

Por Da Redação
Atualizado em 6 Maio 2016, 16h24 - Publicado em 30 nov 2012, 10h42

As calotas polares (gelo acumulado em cima da terra firme) estão derretendo num ritmo cada vez mais acelerado. É o que mostra o mais atual e completo levantamento realizado a partir de observações de satélites, publicado nesta sexta-feira na revista científica Science. De acordo com o estudo, o derretimento anual de 4.260 bilhões de toneladas de gelo na Antártida e na Groenlândia, em um período de quase 20 anos, aumentou em 11 milímetros o nível do mar – o equivalente a um quinto do aumento observado no período.

No levantamento, Andrew Shepherd, da Universidade de Leeds, no Reino Unido, em parceria com uma equipe de 47 pesquisadores de 26 laboratórios internacionais, concluiu que entre 1992 e 2011 as calotas polares da Antártida e da Groenlândia perderam 1.320 e 2.940 bilhões de toneladas de massa de gelo por ano, respectivamente. Esse derretimento seria responsável por parte do aumento do nível do mar. “O restante do aumento é causado pelo próprio aquecimento das águas, numa reação conhecida por expansão térmica”, diz Paulo Polito, professor do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo, em entrevista ao site de VEJA.

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De acordo com Erik Ivins, do Jet Propulsion Laboratory da Nasa, as quase 30 diferentes estimativas sobre a contribuição do degelo das calotas no aumento dos níveis dos mares não eram conclusivas. Apesar dos estudos, ainda havia divergências na proporção que elas ocupariam na elevação dos níveis. O levantamento observacional mostrou que essa contribuição tem aumentado ao longo das últimas duas décadas. Nos anos 90, ela significou 0,27 milímetro a mais no nível do mar por ano. Atualmente, esse aumento anual é de 0,95 milímetro.

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Duas décadas de observação – Como o estudo da perda de massa de gelo via satélites é algo relativamente recente (início da década de 90), o trabalho de Shepherd oferece pela primeira vez uma comparação da perda e do ganho de massa ao longo de praticamente 20 anos. Essa perda de massa é causada, basicamente, pelo derretimento das calotas. O ganho, pela precipitação de neve.

As análises de satélite também permitiram comparar o saldo de perda e ganho de massa nas principais regiões de calotas polares. São elas: Groenlândia, Antártida Ocidental (cerca de dois terços do continente), Antártida Oriental e Península Antártida. Das quatro, apenas a Antártida Oriental apresentou, ao longo dos 20 anos, ganho de massa de gelo. Mas em um volume que nem de perto compensa as perdas das outras regiões – essa fatia do continente acumulou algo em torno de 14 bilhões de toneladas por ano.

No hemisfério Norte, a Groenlândia derreteu num ritmo acelerado, perdendo 152 bilhões de toneladas de gelo por ano, em média. Segundo Erik Ivins, o intenso degelo na região é consequência do aumento das temperaturas tanto em terra quanto na água que a cerca. “As temporadas de degelo de verão estão ficando cada vez mais longas”, diz. A situação preocupa: a Groenlândia perde hoje cinco vezes mais massa de gelo do que nos anos 90.

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