Cientistas criam bateria em forma de tinta spray
Dispositivo pode ser borrifado sobre qualquer superfície e funciona como as baterias recarregáveis de celulares e laptops
Pesquisadores desenvolveram uma bateria de íon-lítio, as mesmas usadas em celulares e laptops, que pode ser borrifada como tinta sobre qualquer superfície. A solução poderá complementar sistemas de energia solar. A pesquisa foi publicada no site da revista britânica Nature.
Leia mais:
Leia mais: Nova bateria pode ser recarregada em 2 minutos e meio:
Saiba mais
EVOLUÇÃO DAS BATERIAS
Desde 1800, quando o italiano Alessandro Volta criou a primeira bateria (a ‘pilha voltaica’), esses dispositivos passaram por várias transformações. Há quem diga que a primeira bateria foi criada há dois milênios pelo povo iraniano. Em 1936, arqueólogos encontraram jarros de argila em uma vila perto de Bagdá, no Iraque, com idade estimada em 2.000 anos. Dentro de cada jarro havia um fino cilindro de cobre com um bastão de ferro dentro. É possível que um ácido comum, como suco de limão ou vinagre, servisse como meio para gerar uma reação elétrica.
Infográfico: Conheça a evolução das baterias
A bateria recarregável foi criada nos laboratórios da Universidade Rice, nos Estados Unidos. Os cientistas borrifam camadas de tinta, cada uma representando um dos componentes de uma bateria tradicional. Ao todo, são cinco camadas. Duas servem para coletar a corrente, duas funcionam como os polos positivo e negativo e uma fica no meio separando as demais.
Os materiais foram borrifados em azulejos, superfícies plásticas, vidro, aço inoxidável e até em uma caneca de cerveja. Assim, os cientistas puderam verificar como a tinta se comportaria em diferentes superfícies. “O formato tradicional das baterias está dando lugar para abordagens mais flexíveis, que permitem todo tipo de integração com os dispositivos”, disse Pulickel Ajayan, chefe do laboratório da Rice.
Em um dos experimentos, os cientistas pintaram seis azulejos e os conectaram a uma célula solar, alimentada por uma luz branca de laboratório. Depois de carregada, a bateria conseguiu fornecer energia elétrica durante seis horas para iluminar um letreiro eletrônico com o nome da universidade. Depois de serem carregadas e descarregadas 60 vezes, houve apenas uma pequena queda na capacidade das baterias-tinta.
No vídeo abaixo (em inglês), os pesquisadores explicam a criação:
http:https://www.youtube.com/embed/qJDI5cAdhys