Ausência de metano em Marte reduz chances de vida no planeta
Análises feitas pela sonda Curiosity indicam que a concentração do gás no planeta é muito baixa, ao contrário do que mostravam estudos anteriores
Novos dados divulgados pela Nasa nesta quinta-feira trazem más notícias para a tão esperada busca por vida em Marte. Após diversas análises em solo marciano, a sonda Curiosity não identificou a presença de gás metano na atmosfera do planeta. A presença do gás é considerada um sinal de atividade biológica – ou seja, da presença de organismos vivos.
O robô Curiosity realizou testes em busca de metano de outubro de 2012 até junho deste ano, e não detectou nada. Considerando a sensibilidade do instrumento de medição, os pesquisadores estimam que a quantidade do gás na atmosfera não ultrapasse 1,3 parte por bilhão – o que corresponde a cerca de um sexto do que havia sido estimado anteriormente, a partir de observações feitas da Terra e de satélites na órbita de Marte.
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Para os pesquisadores, isso significa que há pouca chance de existirem organismos produtores de metano no planeta, mas não exclui a possibilidade de haver outras formas de vida.
“Este importante resultado vai ajudar a direcionar nossos esforços para examinar a possibilidade de vida em Marte”, disse Michael Meyer, cientista da Nasa e líder do programa de exploração do planeta. “Ele reduz a probabilidade de existirem micróbios marcianos produtores de metano, mas isso engloba apenas um tipo de metabolismo microbiano. Como nós sabemos, existem diversos tipos de micróbios terrestres que não geram metano”, completa.
Histórico – A sonda Curiosity pousou em solo marciano em agosto de 2012 e já fez observações que indicam que o planeta pode ter abrigado vida microbiana no passado. Nas últimas semanas, o robô iniciou uma viagem de oito quilômetros com destino ao Monte Sharp, uma montanha com cerca de cinco quilômetros e meio de altura, formada por camadas de sedimentos, onde a Nasa espera encontrar mais pistas sobre a composição do planeta vermelho.
(Com agência France-Presse)