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Aumentam as dúvidas sobre papel de retrovírus na fadiga crônica

Por FABRICE COFFRINI
Atualizado em 6 Maio 2016, 16h59 - Publicado em 23 set 2011, 12h31

Os aguardados resultados de um estudo realizado por agências federais americanas não confirmaram o vínculo entre a síndrome da fadiga crônica e o retrovírus XMRV, responsável pelo câncer entre os camundongos.

Trabalhos divulgados em outubro de 2009 nos Estados Unidos estabeleciam este vínculo, mas dois estudos publicados na revista americana Science em maio de 2011 não puderam confirmar as observações destas pesquisas, segundo as quais o retrovírus estava com frequência no sangue de pacientes que sofriam desta síndrome.

Os pesquisadores ressaltam, no entanto, que não podem afirmar que este vírus é a causa do mal.

Os cientistas que realizaram as primeiras contra-análises publicadas em maio de 2011 antecipavam como possível explicação dos resultados iniciais uma contaminação das amostras de sangue analisadas ou dos equipamentos.

Os testes de laboratório destinados a detectar o retrovírus XMRV entre pacientes com síndrome da fadiga crônica não são confiáveis, conclui a última pesquisa divulgada na quinta-feira, que produz mais dúvidas em relação ao papel deste retrovírus na doença, que afeta um milhão de americanos, em sua maioria jovens.

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Este estudo, divulgado na edição on-line da revista americana Science, com data de 22 de setembro, foi realizado pelo médico Graham Simmons e seus colegas em nove diferentes laboratórios, entre eles um no qual trabalharam os autores do estudo inicial.

Analisaram amostras de sangue de quinze pessoas cujos exames anteriores detectaram uma infecção com o retrovírus XMRV ou agentes patogênicos próximos.

Estes pesquisadores também realizaram análises de sangue de outras 15 pessoas em bom estado de saúde que serviram como grupo de controle.

Dos nove laboratórios que efetuaram análises “duplo cego” das amostras de sangue de trinta pessoas, apenas dois encontraram indícios da presença do retrovírus XMRV.

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O método do “duplo cego” é empregado para evitar que os resultados de uma pesquisa sejam influenciados pelo efeito placebo ou pela subjetividade do observador.

“Estes resultados indicam que as análises atuais não detectam o retrovírus XMRV nas amostras de sangue”, escrevem os pesquisadores.

Mas estes cientistas também ressaltam que não podem descartar de maneira definitiva a possibilidade de que os níveis dos marcadores virais no sangue possam flutuar com a passagem do tempo e ficar inclusive indetectáveis durante alguns períodos.

Os pesquisadores que trabalharam no estudo inicial – e que observaram um vínculo entre o gene XMRV e a síndrome da fadiga crônica, cujos trabalhos foram divulgados em outubro de 2009 – retificaram na quinta-feira uma parte de seus dados, mas não suas conclusões, já que há indícios de contaminação em um dos laboratórios envolvidos no estudo.

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O grupo de cientistas que realizou a contra-análise também recomendou modificar o nome da doença – síndrome da fadiga crônica – pelo de encefalomielite miálgica, muito similar e reconhecida há muito tempo pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

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