Aquecimento global pode dobrar frequência do La Niña
Caracterizado pelo esfriamento das águas do Pacífico, o fenômeno climático causa eventos devastadores
O risco do aparecimento do fenômeno La Niña no oceano Pacífico pode dobrar em decorrência do aquecimento global, afirma um novo estudo publicado nesta segunda-feira no periódico Nature Climate Change. Caracterizado pelo esfriamento das águas do Pacífico, o La Niña se opõe ao El Niño, o aquecimento das águas.
O aumento de frequência desse fenômeno climático pode causar efeitos devastadores, como secas no sudoeste dos Estados Unidos, enchentes na região oeste do Pacífico e furacões no Atlântico.
Há, ainda, um risco de 70% do La Niña ocorrer imediatamente após o El Niño, de forma que algumas partes do mundo podem enfrentar padrões climáticos se alternando nos extremos de falta e excesso de água.
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A pesquisa sugere que o aumento do aquecimento do solo, em conjunto com uma frequência maior de El Niños extemos, significará um La Niña também extremo ocorrendo a cada 13 anos, e não 23, como de costume.
“Nossa pesquisa anterior mostrou que a frequência do La Niña dobrou, e esse nosso estudo teve um resultado parecido. Isso mostra novamente como nós estamos apenas começando a entender as consequências do aquecimento global”, afirma Wenju Cai, pesquisador da Organização para Pesquisa Científica e Industrial da Austrália (CSIRO, em inglês) e um dos autores do estudo. Ele afirma que um aumento na frequência do La Niña, principalmente ocorrendo após um El Niño extremo, significaria a ocorrência de eventos devastadores com profundas consequências socioeconômicas.
(Da redação de VEJA.com)