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‘Você Vai Conhecer o Homem de Seus Sonhos’ é apenas mais um de Woody Allen

Filme tem elenco excelente, tiradas típicas e, mesmo sendo uma comédia romântica, não cai no clichê - mas não é memorável

Por Ulisses Mattos, do Rio de Janeiro
4 out 2010, 10h57

Como diretor, Woody Allen tem várias faces. E fases. Você Vai Conhecer o Homem de Seus Sonhos pode ser considerado mais um exemplar de um período que começou em 2005, com Match Point – Ponto Final, de filmes rodados fora de sua Nova York, contando histórias envolventes, de humor contido e ambientadas na Europa (sendo Tudo Pode Dar Certo, de 2009, a exceção), quase sempre com uma mensagem embutida. Aqui, o cineasta vai a Londres para narrar a vida de personagens inter-relacionados, mostrando como pessoas podem precisar de ilusões ou fantasias para seguir adiante com sua existência.

Allen mais uma vez conta com ótimos atores, desde os mais populares, como Anthony Hopkins, Naomi Watts e Antonio Banderas, passando por Josh Brolin e Gemma Jones, e incluindo Freida Pinto, revelada em Quem Quer Ser um Milionário. Seus personagens estão em uma trama que é apresentada por um narrador citando Shakespeare. Vão então surgindo os pobres sofredores, com destaque para a dor da senhora abandonada pelo marido depois de 40 anos de casamento. Para encontrar um rumo, ela procura uma vidente, que a enche de esperança com clichês como o usado como título do filme.

A coitada reclama não apenas da solidão, mas da vida que sua filha leva com o marido, um médico que largou a profissão para escrever um romance de sucesso, mas que nunca mais conseguiu emplacar outro livro. O sujeito fica ainda mais abalado quando um amigo lhe mostra os originais de um romance que tem tudo para ser um best-seller, mas vai recobrando sua autoconfiança ao encontrar inspiração na nova vizinha.

Sua mulher, por sua vez, trabalha como assistente pessoal de um charmoso dono de galeria de arte, e acaba por repensar seu casamento quando percebe que seu coração poderia ter melhor curadoria com o chefe. O pai dela, em busca da juventude, decide se casar com uma prostituta, que vai lhe sugando as energias e as economias, pela compra de casacos de pele e pílulas contra a disfunção erétil.

Todos vão se dando conta de como estão perdidos e insatisfeitos com suas vidas, mas sempre com um plano de fuga em mente, mesmo que nada sólidos ou seguros. Mas essas histórias em nenhum momento são tocadas com o tom de uma novela mexicana ou, por que não dizer, de um drama campeão de bilheterias americano.

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Afinal, ali está Woody Allen, capaz de carimbar essa sinopse como “comédia romântica” e arrancar risos com seu roteiro pontuado de tiradas repletas de ironia e inteligência. Não se trata de um filme memorável e unanimemente aclamado do cineasta, mas é capaz de suprir o regime dos cinéfilos saudáveis, para quem se recomenda um bom filme de Woody Allen por ano.

Veja o trailer do filme.

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