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‘The Voice Brasil’: onde a voz vale mais que mil histórias

A segunda temporada do programa dá mais destaque às histórias de vida dos candidatos. O público adora, mas para os técnicos o que vale mesmo é a voz

Por Pollyane Lima e Silva
25 out 2013, 12h29

“Ficar de costas muda tudo mesmo, e só a voz acaba importando. É o melhor jeito de selecionar a voz. Uma história emocionante poderia pesar e muito na escolha, aí a proposta do formato não funcionaria, né?”, observa Tiago Leifert

Um concurso musical que tem a ambição de lançar um novo cantor sabe que ele precisa criar empatia com o público para ter mais chances de sucesso. Pensando nisso, o The Voice Brasil decidiu se dedicar mais às histórias dos candidatos. E foi assim que o menino abandonado com dois dias de vida em uma caixa de sapatos tornou-se um dos favoritos desta segunda temporada. Mas não só por isso, claro – Sam Alves tem uma voz primorosa. “A competição precisa de um lado humano. As histórias já existiam, mas esse ano estão mais produzidas”, diz o diretor Boninho, ao site de VEJA. Resultado, também, de um tempo maior para a pré-produção do programa. Na primeira edição, a equipe teve três meses para colocar tudo no ar; nesta, oito.

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Os momentos que antecedem a subida no palco são os favoritos do apresentador Tiago Leifert. “Gosto muito de entrevistar os candidatos, sou uma pessoa curiosa. Acho muito legal ouvir as histórias”, conta ele, que fica nos bastidores ao lado das famílias enquanto os cantores se esforçam para conquistar somente pela voz os técnicos Carlinhos Brown, Claudia Leitte, Daniel e Lulu Santos. Flashes durante as apresentações mostram o apresentador tenso na expectativa de que alguma cadeira se vire. Várias vezes, ele deixa escapar um “vamos lá”, como quem tenta influenciar as escolhas. Compartilha da tristeza da eliminação e da euforia quando alguém é selecionado. Abraça os parentes, ampara as mães que não aguentam a pressão, festeja com os cantores. “Nem tento controlar minha emoção”, admite.

Para dar mais espaço à vida pessoal dos candidatos, esta primeira etapa ganhou até um episódio a mais: em 2012 foram quatro, este ano são cinco. Tiago adianta que a melhor cena à qual assistiu até o momento ainda não foi exibida: “Foi uma candidata que não percebeu que tinha sido aprovada, porque cantou de olhos fechados o tempo todo”. Ela estará na última audição às cegas que resta. Na estreia, uma amostra do quanto conhecer a história do cantor faz diferença. Felipe Ribeiro, de 27 anos, tinha uma banda que rompeu com ele quando soube da inscrição para o The Voice Brasil. “Eles não entenderam que essa era uma chance para todos nós, não só para mim”, contou o fluminense, que foi em frente, cantou, mas não foi escolhido. Pelo Twitter, Boninho lamentou. “Eu batia para o Felipe!”, escreveu. “Contexto é tudo, Big Boss”, respondeu o apresentador.

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Tiago tem razão. Se estivessem de frente para os concorrentes ou soubessem de suas vidas antes que cantassem, o desfecho do programa seria bem diferente. Quem não se lembra do índio Yuri Maizon, da primeira edição? Com uma semelhança impressionante à entonação do sertanejo Xororó, ele se apresentou em uma das audições às cegas cantando a música Sinônimos. Daniel e Brown até ensaiaram apertar o botão, mas desistiram. A voz não havia emocionado. Com a eliminação consumada, os quatro técnicos pedem que o candidato se apresente. Yuri diz que é índio e mora em uma aldeia no Mato Grosso. “Não acredito”, lamenta Daniel automaticamente. “Estou muito arrependido de não ter batido”, acrescentou Brown. Não era para tanto. Mas até uma campanha chegou a ser criada no Twitter para pedir uma nova chance para ele. Em vão.

Regras são regras, e é justo que seja assim. “Ficar de costas muda tudo mesmo, e só a voz acaba importando. É o melhor jeito de selecionar a voz. Uma história emocionante poderia pesar e muito na escolha, aí a proposta do formato não funcionaria, né?”, observa Tiago, revelando que os mentores costumam ficar isolados nesse período. Brown, Claudia, Daniel e Lulu não têm a menor ideia do que está por trás daquela voz. Eles são colocados de costas para quem se apresenta. Não sabem o nome, de onde vem, se é feio ou bonito – algumas vezes, nem se é homem ou mulher. Só se concentram no que estão ouvindo. Se agradar, e apenas neste caso, apertam o botão à frente da sua cadeira e descobrem quem está por trás daquela voz. O arrependimento faz parte do jogo – e o deixa até mais interessante.

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